O ogro azul dos fãs de anime e mangá…


Olá a todos! Começa hoje uma nova coluna aqui no Anime Portfolio e ela será lançada de forma intercalada com a coluna A resposta é 42, falando mais claramente, em uma sábado será lançada uma edição da coluna A resposta é 42 e no outro uma edição da coluna Pensador Otaku. Sem muitas delongas… Moe Moe Kyuun!!!

Cuidado com a Moeficação…

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Essas semanas, ao ver a notícia sobre um novo anime protagonizado por garotas moe que são personificação de robôs gigantes clássicos, me vi pensando sobre um processo que vem ocorrendo de forma cada vez mais evidente nos últimos anos, a moeficação. Moeficação, como o próprio nome sugere é um neologismo criado para representar a transformação de algo não moe em algo moe, mas afinal o que significa moe?

Se você acompanha ou acompanhou ao menos um pouco o universo que existe ao redor dos animes e mangás, incluindo novels, jogos que tem arte inspirada em mangás e obras de outras mídias, já deve ter se deparado com o termo “moe“. E se você conhece bem esse universo sabe do que se trata e também que não há uma explicação aceitável para definir claramente o que é o moe, mas podemos dizer que esse termo é algo como uma característica que certos personagens (geralmente femininos) possuem, isso as tornam algo além do cute (bonitinhas), mas esse algo além está ligado ao sentimento protetivo despertado na pessoa que está vendo este personagem. Apesar de não ser fácil definir o que é moe, podemos dizer que para um personagem ser considerado moe, ele deve ter certas características, como passar a impressão de ser inocente (ou ser de fato inocente), ter um certo lado frágil, ter um visual considerado cute e apresentar expressões que a tornem uma ou todas essas características ainda mais perceptíveis. Claro que o personagem pode ter outras características além dessas e existem outras características que poderiam ser chamadas de moe, mas a priori podemos considerar que esse grupo que informei é o bastante.

Sabendo (ou quase) o que é moe, você talvez se pergunte como e quando esse termo (ou gíria) surgiu? Infelizmente a origem desse termo é incerta, porém é provável que tenha sido usado pela primeira vez entre o fim do anos de 1980 e o começo dos anos de 1990 e possivelmente se popularizou rapidamente no anos 90 com a disseminação do mesmo através de forúns de internet japoneses, em especial, o conhecidíssimo 2channel, onde várias lendas do universo otaku surgiram, como por exemplo o Densha Otoko.

Bem, mas e quanto a moeficação? Digamos que em geral o número de personagens criadas com características moe aumentaram bastante na última década, mesmo que possamos considerar que o público que consome a  maioria dos produtos desse tipo, por serem “produtos moe”, ainda fazem parte de um nicho não tão grande, porém bastante representativo, pois os membros desse grupo consomem muitos desses materiais. Claro que um pequeno nicho não gera uma fenômeno tão grande ao ponto de atingir as proporções que o “moe” atingiu e atinge, a grande questão é que ser moe até pouco tempo atrás não era algo que causava repulsa na maioria dos fãs do universo otaku, pelo contrário, em geral, algo cute e inocente tende a atrair, principalmente o público masculino, logo de uma forma ou de outra, até certo tempo o “moe” era consideravelmente bem aceito pela maioria do público, foi então que a “moeficação” teve início, pois inspirados no sucesso de personagens moe, certas produtoras decidiram tentar tornar personagens não moe em personagens moe, e em geral esse processo não causou um abalo tão grande no mercado, ou melhor, houve repulsa de alguns, porém nada que justificasse repensar a ideia (afinal haters só sabem hatear…), por outro lado, aquele nicho que era adorador do “moe”, passou a gostar de outras coisas que não eram moe, ou pelo menos, gostaram dessa nova versão dos personagens originalmente não moe’s que agora se tornaram moe’s. Alguns exemplos, fora o já citado no início do post, são: O mangá e anime Yawaraka Sangokushi Tsukisase!! Ryofuko-chan, onde famosos generais samurais do romance dos Três Reinos, se tornam garotinhas (lolis) moe (lolificação + moeficação), e o mangá 4-koma (tirinhas) Gokicha! Cockroach Girls!, que apresenta a dura vida de uma barata moe (vocês não leram errado, eu falei barata moe).

Até onde a moeficação irá não tem como sabermos, mas se você acompanha o mundo dos animes e mangás, já deve ter pensado ao menos uma vez em como personagem X ou Y seria se fosse transformado em um personagem moe. Vale ressaltar que hoje em dia há produtoras que praticamente só criam personagens moe, como é o caso do estúdio Kyoto Animation, em que mais de 70% (números não oficiais) de seus animes tem personagens com características moe. Bem, eu acredito que o moe não conhece limites e que a moeficação só tende a continuar, então é aceitar e tentar curtir o lado bom que isso trás (não é raro esse processo gerar comédias interessantes) ou virar um hater e fazer aquilo que todos os haters fazem, hatear!

Hoje fico por aqui e espero que tenham gostado da primeira edição desta coluna. Aceito sugestões para outros temas e agradeço a todos que leram esse pequeno grande texto! Até mais!

Comentários em: "Pensador Otaku: Cuidado com a Moeficação…" (5)

  1. Quando você falou em “baratas moes” primeira coisa que pensei foi num crossover com Terra Formars…

  2. Saudações

    O post ficou bem sucinto e foi direto ao ponto, amigo Evilásio.
    Este tema, a “moeficação”, merece um podcast somente para ele. O acho abrangente e detentor de uma grande possibilidade de ideias e interação.

    No mais, concordo em muito do que foi aqui dito.
    Só espero, unicamente, que não apareça ninguém nos comentários dizendo que os animes “estão em decadência por causa do moe”. XD

    Até mais!

    • Que nada, um dia ainda espero ir a um cosplay café no Japão e fazer junto com a garçonete: “Oiishiku naru yo! Moe Moe Kyun!”

  3. […] O primeiro texto indicado é uma tradução feita pelo Kenji-san para o blog Você Sabia Anime de uma entrevista das mangakás Peach-Pit, autoras de Dears e Rozen Maiden, cedida para o Anime News Network. A segunda matéria diferentona que os indico trata-se do texto A morte não é igual para todos (ao menos na ficção), escrito pelo Diego lá para o blog “É só um desenho”. Aliás, eu provavelmente nunca conseguiria correr até o planeta do senhor Kaioh pelo caminho da serpente, não pela fadiga (porque se eu estivesse morto acho que não ira senti-la), mas pela preguiça de correr longas distâncias mesmo, por que essa certamente deve morrer comigo (minha maratona é correr para pegar o ônibus e eu só venço em média 50% das vezes T.T). Deixando minha derrota de lado, vamos a última indicação de hoje que vai para o texto da Thais para o blog Nave Bebop,  Como surgiu o Moe, e o que isso tem a dizer sobre o Japão. Um texto extremamente interessante que (se me permitem o auto jabá) me lembra o texto sobre o perigo da moeficação que fiz para o AnimePortfolio. EnFimÉisso […]

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