Indicação nº08: Blade – A Lâmina do Imortal (Mangá!)
Fala galera, essa semana estou aqui para recomendar um dos melhores mangás de samurai que conheço: Blade – A Lâmina do Imortal (em japonês, Mugen no Juunin). O mangá ainda está sendo publicado (atualmente está no volume 27) e uma parte foi adaptada para a TV em 2008, embora eu não recomende a versão animada por ter perdido vários aspectos da obra original.
A história de Blade é centrada em dois personagens: Manji e Rin. Manji é um ronin conhecido como hyakuningiri (matador de cem homens). Sua fama se deve a um evento ocorrido dois anos antes do início do mangá, no qual Manji, após descobrir que as ordens que recebia o fizeram matar pessoas inocentes, mata o hatamoto (seu superior) e 99 homens que o perseguiram, ficando bastante machucado. Yaobikuni, uma monja, lhe oferece um chá que contém vermes (kessenchus) para curar seus ferimentos e lhe dar imortalidade. Manji aceita, contanto que após matar mil criminosos, retorne a condição de mortal.
A segunda personagem, Rin Asano, também dois anos antes do início do mangá, presencia o brutal assassinato do seu pai (mestre do estilo Mutenichi-ryu) e de sua mãe. A responsabilidade pela morte dos pais de Rin é do jovem Kagehisa Anotsu e seu seguidores – o grupo é conhecido por Itto-ryu. Rin na sua busca por vingança cruza o caminho da monja que indica Manji para atuar como guarda-costas de Rin. O resto vocês vêem no mangá.
Hiroaki Samura, autor do mangá, nos traz uma obra que desconstrói a imagem do samurai – longe daquele excesso de virtudes que estamos acostumados sendo retratado. Em Blade, as coisas são mais verossímeis (na medida do possível, nem sempre nas lutas) e muitas críticas são feitas ao bushido, caminho que os samurais defendem. Outro ponto forte são os desenhos de Samura, que mistura desenhos a lápis e acabamento com nanquim. Ele também demonstra ter bom gosto musical, havendo em seus personagens várias referências ao bom e velho rock’n’roll. O mangá, ainda que incompleto, chegou no Brasil pela Conrad e foi publicado até o volume 19 (38 no formato da Conrad). Infelizmente não há previsão de retorno da obra aqui no Brasil. É isso. Fica a dica.