O ogro azul dos fãs de anime e mangá…

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Até mais, e obrigado pelos peixes!

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Bang!

Então… meio que já tinha dado pistas nos últimos posts, mas agora estou oficializando uma decisão que já foi tomada há algum tempo. Resumindo, esse é o último post do Anime Porftolio (mas seja legal e leia o post até o fim!). 

Os motivos para parar de postar no blog são pessoais e, embora não seja nada mirabolante ou que esteja afetando minha vida pessoal grandemente, eu vou me reservar o direito de omiti-los. Em vez de explicar os motivos para o fim, prefiro explicar o que vem adiante, mas não antes de já agradecer profundamente a todos os leitores do blog nesses quase 7 anos de existência.

Muito obrigado pelo apoio de todos nesse período! Tenho certeza que nem sempre o blog agradou a todos, mas certamente vale muito a pena guardar os bons momentos, as boas informações, as boas indicações e talvez o bom conhecimento que eu e todos os autores do blog tentamos passar nesse tempo em que esta página esteve em atividade. Um agradecimento especial aos parceiros do blog que nos apoiaram nessa empreitada, e mais especialmente aos blogs Animecote e Netoin, que sempre me apoiaram e que continuam me apoiando nos projetos malucos que bolei.

E agora o que acontece?

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Esse post marca o fim das postagens no Anime Portfolio, mas o blog não chega ao fim hoje, na verdade tem tanto conteúdo que a nós (a equipe) orgulha, que não poderíamos simplesmente deixar tudo para lá. Além disso, o fim das postagens no Anime Portfolio não marca o fim das atividades de todos os autores do blog. Eu, o velho e maluco administrador desse blog ainda continuarei a blogar, mas em outros locais. Então isso é o que posso falar sobre o futuro do conteúdo do blog e sobre alguns autores:

  • O Kyon continuará sofrendo com o tratamento da Haruhi, mas nada sabemos se ele voltará um dia a escrever seus sarcásticos comentários sobre anime.
  • O Aiscrim (André) irá continuar escrevendo sobre videogame no Intersect News, continuará seus contos no Aisvêrse e continuará participando, sempre que possível, do Kyoudai Podcast.
  • Eu (o Administrador do blog) me manterei postando podcasts e contos no Yopinando, e além de participar dos podcasts, eu me tornei redator do Animecote.
  • Ainda sobre minha participação no Animecote, parte dos textos que publicarei lá de agora em diante serão continuações de certas colunas que postava aqui, dentre as quais o Pensador Otaku e A resposta é 42 são duas que manterei. Ainda não sei ao certo se manterei alguma outra. Além disso, certas matérias especiais e textos egressos dessas colunas que fazem parte do Anime Portfolio serão revisados, atualizados e repostados no Animecote. Ainda não está definido que textos serão relançados, mas a frequência de relançamentos não deve ser maior que 2 textos por mês.
  • As resenhas, e outros textos opinativos e expositivos, que consideramos atemporais e que não gostaríamos que fossem completamente esquecidos no limbo do passado da internet, serão revisados e atualizados por mim e pelo Aiscrim (por enquanto apenas por nós dois), para futuramente (provavelmente no primeiro semestre de 2016) serem compilados e relançados como uma publicação digital similar a uma revista.
  • Apenas após o lançamento da compilação citada acima,  o blog será fechado, até lá será possível acessá-lo e ver todo o conteúdo publicado no blog, inclusive os extremamente datados.
  • Nada posso dizer sobre os demais autores do blog, apenas posso afirmar que sempre contarão com meu apoio em qualquer projeto que venham a me apresentar.
  • O Projeto Conhecendo o Mercado Naccional de Mangás continuará sendo publicado nos blogs participantes do mesmo, com exceção do Anime Portfolio. E aquele imenso texto que preparo todo mês sobre o formulário mensal do projeto passará a ser publicado no Animecote.
  • Como já mencionado anteriormente, o Kyoudai Podcast continuará sendo gravado ao vivo e publicado no youtube, no Animecote e no Netoina cada duas semanas.
  • O podcast Sobre Músicas e Animes continuará sendo publicado no Yopinando, mas também será publicado no Animecote.
  • Os demais podcasts (Yopinando Shinbun, Yohohoho, SensouCast e Animecotecast) que eram publicados (também) aqui continuarão sendo publicados nos seus blogs de origem, o Yopinando e o Animecote.
  • Por último, a página do facebook e os twitters do blog serão desativados dia 25/09/2015.

o último Adeus Até mais

Dito isso (ou escrito isso), gostaria de agradecer pela última vez a todos os leitores, autores, comentaristas e parceiros do Anime Portfolio. Foram quase 7 anos de uma história memorável, que espero que tenha influenciado positivamente a cada um de vocês, ao menos a minha vida foi muito positivamente influenciada. Espero revê-los no Yopinando, no Animecote e em qualquer outro local da internet pelo qual passar (ou ao vivo quem sabe?). Como nunca se sabe o que acontecerá no futuro, em vez de um adeus, prefiro terminar esse texto como um bom golfinho faria (mesmo eu não sendo um golfinho, ou será que sou…), dizendo Até mais!  

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A reposta é 42: Porque sentimos nostalgia?

Olá! Vocês estavam com saudades dessa coluna? Hoje vou devagar sobre algumas das perguntas mais intrigantes do universo, mas que ainda não são a pergunta correta. O que é nostalgia? E porque sentimos nostalgia? Afinal, nostalgia é bom ou não? Vamos então em busca de possíveis repostas para essas perguntas, enquanto tentamos chegar mais próximos de descobrir a pergunta correta para a resposta fundamental.

Antes de mais nada, o post de hoje vai se basear no texto “Algumas teorias de porque sentimos nostalgia”  do site Negócio Digital e no vídeo “Why Do We Feel Nostalgia?” do canal VSauce. O texto simplifica o vídeo para língua portuguesa inserindo algumas informações. Vale a pena visitar também o site e o canal do youtube supracitados, pois ambos possuem outros conteúdos excelentes. Fica nosso agradecimento especial para o Michael Stevens, criador e apresentador do VSauce.

Nostalgia, nostalgia, porque nos persegue?

Nostalgia, nostalgia, porque nos persegue?

Antes de começar a falar das possíveis explicações sobre “nostalgia” e associar animes a mesma, vale convidar cada um dos leitores a tentar formular uma resposta para a questão: O que você pensa quando escuta ou ler o termo “nostalgia”? No meu caso, devido a boa parte dos acontecimentos mais importantes da minha vida estarem associados a mídias áudio-visuais (algumas vezes de maneiras indescritíveis) eu geralmente lembro de algum filme, música, jogo, livro, desenho animado e etc. Vale ressaltar que geralmente a nostalgia é um sentimento confuso e como explicarei mais a frente isso faz todo sentido, afinal ela é um misto de alegria e tristeza. Trazendo essa questão mais para o mundo dos animes, é fácil eu lembrar de animes como Dragon Ball e Pokémon, enquanto que eu preciso me esforçar muito mais para lembrar de obras como Doraemon e Samurai Warriors que são inclusive animes que vi antes. Isso não ocorre porque eu simplesmente não gosto dessas obras (Doraemon é bacana), ou porque eu era muito novo quando as vi,  mas porque logo que penso em Dragon Ball e Pokémon é comum eu sentir nostalgia. Mas afinal o que é nostalgia?

Às vezes eu quase quero um remake

Às vezes eu quase quero um remake

A nostalgia é um fenômeno difícil de explicar, mas que todos sentimos ao longo de nossas vidas. Poderia ser definida como uma maneira de recordar o passado afetivamente, com um pouco de dor. Aliás o termo “nostalgia” foi acunhado por Johannes Hofer em 1688 que uniu duas palavras gregas: “regresso a casa” (nóstos) e “dor” (álgos). Naquela época a nostalgia era considerada como um sintoma grave.

Retirado do texto Algumas teorias de porque sentimos nostalgia do site Negócio Digital

Ver a nostalgia como algo negativo, de certo modo, é até bem normal com relação à mídias áudio-visuais, pois quase sempre que falamos que sentimos nostalgia de algo, vem junto algo como “que pena que hoje em dia não há mais isso” ou “como era bom aquela época” ou ainda “gostaria que certa coisa (produto de mídia visual) voltasse a passar (ser divulgado, re-exibido)”.

Boas lembranças...

Boas lembranças…

Como a nostalgia e o sentimento de saudade são muito próximos, não é surpresa que haja tantos investimentos de indústrias de mídia visual tais como a de cinema e a de anime em apresentar remakes, reboots, ou continuações, quando não simplesmente reexibir o produto num formato mais atualizado (por exemplo Dragon Ball Kai, Jurassic Park 3D). Afinal é um retorno quase certo.

Particularmente é um pouco confuso relembrar de animes como Yu Yu Hakusho, Dragon Ball e até Full Metal Alchemist, pois são animes que eu adorei e que ainda adoro e por isso mesmo é um tanto doloroso pensar que nunca mais terei algo de novo relacionado diretamente a essas obras, principalmente com relação a Yu Yu Hakusho e Full Metal por serem histórias que poderiam facilmente ser continuadas (mesmo eu acreditando que ambas terminaram na hora certa). O caso de Dragon ball é um pouco diferente, porque houve a continuação com Dragon Ball Z e agora todo esse mundo fantástico está de volta com o Dragon Ball Super (e não me importo de ser um verme, pois eu realmente me sinto bem ao ver esse anime).

Minha vida não seria mesma sem esse anime

Minha vida não seria mesma sem Evangelion

Psicologicamente acredita-se que recordar tem muitas vantagens. Permite conectar todos os eventos (o que fazia, o que era, seus amigos, seu trabalho, sua música…) e tornar as transições de sua vida menos dolorosas.

Retirado do texto Algumas teorias de porque sentimos nostalgia do site Negócio Digital

Nesse ponto, basicamente a nostalgia é importante para formar seu caráter e seu senso crítico, além de facilitar a compreensão de que certas experiências passadas podem ser revividas e com isso é possível aceitar melhor novas experiências.

Certamente eu não seria o fã de anime que sou hoje se não fosse DNA² também.

Certamente eu não seria o fã de anime que sou hoje se não fosse DNA² também.

Partindo dessa ideia e trazendo novamente para o lado do fã de anime, é claro que certas obras são nostálgicas por terem proporcionado experiências únicas que abriram nossos olhos para compreender melhor o universo da animação japonesa e também foram marcantes para determinar se gostamos ou não disso. Por isso mesmo pessoas que não tem nostalgia relacionadas a animes que viram após à infância e possivelmente fora da tv, seja por vhs, dvd, internet e etc, não se tornaram e provavelmente terão dificuldade de se tornar fãs de anime com o passar dos anos.

Também vale destacar que a nostalgia nem sempre é ligada a uma obra em si, mas ao momento, por exemplo, todos que conhecem meu lado otaku ao menos um pouco sabem que eu não gosto do anime Avenger, mas por eu tê-lo visto em uma época em que eu estava realmente devorando todo tipo de anime e por ele ter sido um dos primeiros, senão o primeiro, que nem com o maior senso de descrença possível eu consegui gostar, certamente eu sinto nostalgia ao lembrar dele, afinal o momento fã de animes é uma lembrança boa, mesmo que o anime em si não fosse. Outros animes importantes que me  provocam muita notalgia ao recordar e que me ajudaram a formar meu caráter como fã de anime, e até como pessoa em alguns casos, foram Buck, Dna², Samurai X, Evangelion, Green Green, Azumanga Daioh, Chobits, GTO e Hotaru no Haka.

Esse anime tem um dos heróis que mais gosto.

Esse anime tem um dos heróis que mais gosto.

Mas, por que não sentimos nostalgia por todo nosso passado? Por que escolhemos alguns momentos e não outros?

Uma maneira de explicar é mediante a curva de recuperação de memória. Segundo estes estudos, o período em que mais codificamos memórias se situa entre os 15 e 30 anos. Podemos notar, que estas são as épocas que, normalmente, geram mais nostalgia: além de que na juventude nosso corpo e mente estão mais frescos, é o momento em que vamos formando nossa identidade como pessoas autônomas e quando acontecem toda sorte de acontecimentos. Ainda cabe mencionar que a nostalgia pode também ser uma forma de idealizar o passado. Às vezes acontece de desfrutarmos mais de uma lembrança, do que da própria vivência.

Retirado do texto Algumas teorias de porque sentimos nostalgia do site Negócio Digital (Vale a pena ver com  atenção essa parte do vídeo Why Do We Feel Nostalgia?)

Por isso é muito comum que fãs de filmes, anime, comics, mangás, livros, bandas de música, sintam muito mais nostalgia e vivenciem mais situações “nostálgicas” nesse período. Por ser uma época de muito aprendizado também é comum idealizarmos muito mais certas obras a primeira vez que a vemos. Apesar de não sentir nostalgia, ou não mais sentir, recentemente ao rever o filme de animação Bungaku Shoujo percebi que idealizei o mesmo como algo muito mais interessantes e até mesmo divertido do que realmente é, pelo menos em minha opinião.

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Tínhamos mesmo que pegar?

Talvez por esse motivo muitas vezes sentimos certa apreensão em rever algo, ainda mais quando outras pessoas próximas não gostaram tanto daquela obra como você e apresentam bons argumentos para isso. Eu tenho uma grande nostalgia ao relembrar do anime Romeo x Juliet por diversos motivos e realmente gostei do mesmo quando o vi, mas não tenho certeza se gostaria tanto assim caso o revisse. Pokémon é outro anime do qual gostava muito e que me causa até hoje muita nostalgia. Ainda gosto de Pokémon, mas certamente tenho muito mais maturidade para compreender a falta de profundidade e a simplicidade exacerbada dos roteiros que já não me agradam tanto. Certamente minhas lembranças são muito mais interessantes com relação a Romeo x Juliet e Pokémon do que realmente eles o são.

No céu uma constelação...

No céu uma constelação…

Outra maneira de explicar nossa seleção de lembranças é que elas estão completamente influenciadas por nossas emoções e desejos. Somos essencialmente narradores de uma história que contamos para nós mesmos todos os dias… e assim vamos tecendo nossa identidade. Algo como: conte-me suas lembranças nostálgicas e te direi, não quem és, mas talvez quem desejas ser.

Retirado do texto Algumas teorias de porque sentimos nostalgia do site Negócio Digital

Nesse ponto, o vídeo Why Do We Feel Nostalgia? é um pouco mais explicativo ao citar também as falsas memórias, que simplificadamente  são memórias de momentos que nunca vivemos que são construídas pelo cérebro para justificar ou tornar mais compreensível a nós mesmos certas recordações falsas que aceitamos como verdadeiras. Um experimento muito utilizado para auxiliar na comprovação da existência dessas memórias consiste em mostrar várias fotos da infância de uma pessoa para essa e perguntar o que ela estava fazendo quando tirou aquelas foto. Porém uma das fotos é uma montagem. Em praticamente 100% dos casos a pessoa conta suas lembranças sobre essa foto. isso não significa que a pessoa está mentindo, mas que o cérebro dela construiu uma memória de um momento que ela nunca viveu com base em informações que ele possui sobre como a pessoa é e como era no suposto momento em que o acontecimento falso deveria ter ocorrido.

Tudo isso foi importante ser dito para podermos citar que muitas vezes nós não apenas temos lembranças melhores que a experiência vivenciada, mas muitas vezes nós construímos certas memórias de momentos que não ocorreram para engrandecer a lembrança de certa obra nostálgica. Já vivenciei situações dessas com obras como Cavaleiros do Zodíaco e Beck por exemplo. Com Cavaleiros do Zodíaco isso ocorreu como uma forma inconsciente de explicar o porque eu gostava tanto desse anime e não gosto mais. Hoje em dia apenas sinto nostalgia ao lembrar de Cavaleiros do Zodíaco, afinal vi essa série no momento de descoberta das animações japonesas (ainda que meu primeiro anime seja Doraemon). Fora que realmente há momentos icônicos nesse anime. Já quanto a Beck, não fosse eu tê-lo re-assistido tantas vezes eu quase não notaria a simplicidade de boa parte da animação. Nas primeiras vezes que vi o anime eu realmente construi memórias de que o anime era tão bom que era muito bem animado e quem viu o anime sabe que não é bem verdade. Eu ainda adoro Beck, apenas não confundo mais tanto a alta qualidade do roteiro, da parte sonora e dos diálogos com a qualidade de animação.

Eu me emociono toda vez que relembro dessa cena.

Eu me emociono toda vez que relembro dessa cena.

Bom, a nostalgia e as emoções que ela provoca e a música e a dança e ter canções gravadas na cabeça, tudo gira ao redor de um tema em comum: Sua identidade. Porque em termos físicos, quem é você? Todo dia você perde átomos e adquiri outros novos… Demora por volta de cinco anos para substituir todos os átomos do seu corpo, o que significa que a matéria que chamamos “Você” hoje não era parte de você a cinco anos… Você e, na verdade todas as pessoas, são apenas um grupo temporário de átomos e moléculas que conservam o mesmo nome o tempo todo… Então, o que é constante? O que é você?

A nostalgia, recordar o passado com carinho, responde essas perguntas, ou ao menos, aplaca a ansiedade que elas provocam. Em uma escala macroscópica você está sempre mudando. Tem amigos diferentes, comportamentos diferentes, estados de humor diferentes, diferentes gostos o tempo todo… a nostalgia lhe permite ligar esses eventos…

Retirado do vídeo  Why Do We Feel Nostalgia? do canal do youtube VSauce.

Sentir nostalgia é mais importante do que se imagina e isso me faz pensar que não é tão ruim assim senti-la e às vezes vale a pena um relançamento de um bom anime. Como de praxe, termino o texto com alguns questionamentos (nenhum deles é a pergunta fundamental, infelizmente). Quais animes te provocam nostalgia? Enfim, você acredita que sentir notalgia é algo bom ou ruim? E você também ficou com vontade rever alguns animes que gosta muito após ler esse texto?

Enfim, está na hora de me despedir. Continuarei em busca da pergunta fundamental, afinal a resposta todos nós já sabemos.  Até mais!

A resposta é 42: O anime envelheceu mal ou fui eu?

Olá caros leitores! Faz bastante tempo que não relato como anda a busca pela pergunta fundamental. Devo dizer que ler o livro Eu, Robô de Isaac Asimov (O escritor com as costeletas mais legais do século 20) me ajudou um pouco, ou assim penso. De qualquer jeito mais uma pergunta foi descartada da lista e é mais uma que tem relação com anime e mangá, então é hora de explanar para vocês parte do que ela me fez pensar e esperar o que ela faz vocês pensarem, além de apresentar algumas das outras perguntas que gerei a partir do tema tratado por esta pergunta. Dessa vez essa coluna vai comentar um tema no mínimo incômodo para muita gente e por isso depois de leem esse texto, caso se irritem com o mesmo, recomendo que leiam também o meu texto A resposta é 42: Respeitar não dói. Hoje falarei sobre obras de anime que envelheceram e que envelhecem mal, ou será que o problema é do espectador?

Shiryuuuuuu....

Shiryuuuuuu….

Primeiramente é importante deixar claro que, ao menos do meu ponto de vista, uma narrativa não envelhece, o que muda é o gosto das pessoas ao longo do tempo. É claro que as narrativas mudam de acordo com os interesses mais atuais dos nichos as quais elas são destinadas, mas isso não significa que obras antigas não interessem pessoas novas, apenas estilos narrativos antigos às vezes dão lugar a novos estilos que estão fazendo mais sucesso. Um caso simples de se citar sãos os livros de vampiro A Entrevista com o Vampiro, de Anne Rice, lançado em 1976, e Crepúsculo,de Stephenie Meyer, lançado em 2005, ambos sobre um temática similar, ambos destinados a públicos relativamente similares e os dois tando estilos de narrativa completamente diferentes. Ao mesmo tempo que muita gente adora a história de Crepúsculo, há pessoas que preferem A Entrevista com o Vampiro ainda hoje e o fato de ele ter sido escrito em 1976 não muda nada e nem o faz inferior as obras mais novas.

Uma fantástica obra lançada em 1950 e quase toda escrita dois anos antes.

Uma fantástica obra lançada em 1950 e quase toda escrita dois anos antes.

Eu, por exemplo, adorei o supracitado livro Eu, Robô, de Isaac Asimov, e adoro a trilogia de livros O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, ambos lançados nos anos 50 e também gosto dos livros da série Crônicas de Gelo e Fogo, de George R. R. Martin, que começaram a ser lançados nos anos 90 e que ainda o são. Essas obras tem narrativas muito diferentes, cada qual com suas peculiaridades relacionadas as épocas em que foram lançadas, mas nem por isso uma é melhor que a outra.

Outra coisa que se modifica, mas não envelhece, de maneira similar a narrativa, é o desenho, porém todo tipo de arte que tem algum tipo de dependência da tecnologia com que foi criada, sofre do problema de envelhecimento.  Estou esclarecendo, que ao menos dos meu ponto de vista, as histórias e o desenho não envelhece nem amadurece e nem sofre qualquer tipo de influência do tempo, na verdade apenas novos estilos e formas de se narrar uma obra ou de se desenvolver um desenho surgem e claro que com isso há uma preferência por um estilo mais moderno em detrimento aos mais antigos, pois a novidade sempre é mais atrativa, o que não desmerece tudo que já foi feito.

Viva os 75 anos de "I'm Batman!"

Viva os 75 anos de “I’m Batman!”

Todo esse prólogo foi desenvolvido para esclarecer o que acredito ser importante focar ao tratarmos do envelhecimento de obras relacionadas a cultura visual, que são os aspectos mais técnicos e como eles podem tornar a experiência de ver algo mais antigo ruim ou, pelo menos, não tão agradável. Também esse prólogo foi importante para esclarecer que esse aspecto afeta muito mais, ou apenas, filmes, seriados e animações e não livros e quadrinhos. Um analogia interessante que posso fazer para exemplificar isto é a série de livros de John Carter de Marte e sua adaptação cinematográfica, o primeiro é uma das obras mais famosas, conhecidas e importantes dentre as histórias de fantasia espacial, já o segundo, mesmo com todo esse fandom que a obra original possui e com todo o potencial que ela tinha sim para ser retratada cinematograficamente, foi um tremendo fracasso e foi bastante criticada por fãs e não fãs da série clássica (e olha que eu nem achei o filme tão ruim assim). Outros exemplos interessantes são os quadrinhos de super-heróis americanos, que mesmo com todas as alterações que sofreram ao longo dos anos, muitas obras tem ao menos a mesma essência que tinham nos anos 40 e muitas das história mais antigas atraem até mais que as novas, independente de todas as mudanças artísticas pelas quais essas obras passaram.

Enfim, é hora de falarmos sobre o que o texto realmente pretende abordar e para tal foquemos principalmente nas séries de animação. Eu acredito que por ter nascido no fim dos anos 80 e por ter passado praticamente toda minha infância nos anos 90 e pelo fato de os anos 90 ainda terem sido uma época em que o material que vinha do exterior para o Brasil, era geralmente de décadas anteriores e por isso eu meio que já fui criado com a predisposição para gostar de obras mais antigas, até porque muitas das séries de animação que passavam e que ainda passam hoje na nossa tv são dos anos 50 a 80 como é o caso dos clássicos da Hanna-Barbera e da Warner Bros. Falando de animação japonesa propriamente, eu vi muita coisa do final dos anos 80 e do começo dos anos 90, obras que até hoje são lembradas, como Dragon Ball e Cavaleiros dos Zodíaco.

O novo que já nasceu velho.

Sidonia no Kishi, um novo anime que já nasceu velho.

Por esse motivo eu tenho uma predisposição maior para tolerar problemas muitos vezes claramente tecnológicos de séries antigas. Uma analogia recente para as gerações atuais são as séries de anime quase toda feitas utilizando CGI, pois ainda hoje muitas dessas séries lembram o CGI dos anos 90 e comecinho dos anos 2000, de modo que é necessário tolerar algo que claramente não é bem feito. Obviamente existem muitas questões orçamentários por trás do uso de tecnologias mais antigas que na verdade geralmente não são tão antigas apenas simplificadas para diminuição de custo. Nem sempre é uma questão de fazer de qualquer jeito, mas simplesmente uma questão de que fazer muito bem feito custa bem mais. Estranhamente em se tratando de CGI o público Japonês tem uma tendência a tolerar facilmente efeitos ruins ou não tão bons, muitos filmes atuais podem servir para exemplificar isto e não pensem que os japoneses não sabem fazer uma boa CGI, os jogos de video-game e muitos trabalhos publicitários provam que eles sabem muito bem usar a CGI.

Já que é possível tolerar e se existem obras com tecnologia antiga que ainda gostamos muito, porque então tratar dessa questão sobre obras envelhecerem mal? Afinal, não é só uma birra de alguém que não gostou da obra e por isso diz que a culpa é de ela ter “envelhecido mal”? Creio eu que não é bem por aí. A tolerância não é exatamente algo que seja ilimitado e que podemos exercitar sempre e o tempo todo, até porque muitas vezes não há uma boa desculpa que lhe faça tolerar o envelhecimento de uma obra sem se irritar. Não é uma questão de tolerar que nos anos 80 se achava que nos anos 2000 teríamos carros voadores, muitas vezes é uma questão de ser mal feito mesmo e sem um bom motivo. Para tentar provar meu ponto de vista vou usar duas questões mostrando obras que acredito que envelheceram mal e obras que praticamente o tempo entre a época que foram criadas e hoje não é um problema para a apreciação delas.

Final Fantasy: Unlimited

Final Fantasy: Unlimited

Falando sobre obras que praticamente já nasceram velhas e isso as prejudicou (a meu ver), cito duas pérolas pouco conhecidas do público ocidental, Final Fantasy: Unlimited, de 2001, e Gokusen, de 2004.

A primeira vem de uma série de jogos de fantasia extremamente famosa que provavelmente vocês já ouviram falar, uma tal de Final Fantsy. Esse anime é claramente uma obra dos anos 80 ou começo dos 90 no século 21, não exatamente pela narrativa (apenas), mas por tudo que a cerca. Por sinal não se engane com a imagem acima, pois o character desisgn da obra não é bem esse aí. E nem dar pra dizer que desrespeitaram a franquia de jogos e fizeram algo plenamente diferente, porque na verdade entupiram o anime até demais com referências aos jogos, mesmo assim não dar para esconder que o trabalho foi muito mal feito, numa época em que muitas obras de fantasia similares saíram, ou pior, não dar para esconder que muita coisa feita nos anos 80 e 90 foram muito mais bem feitas com um restrição orçamentária e tecnológica muito maior do que o que essa série tinha.

Gokusen

Gokusen

Falando de Gokusen, essa é uma obra que veio de um mangá bem interessante sobre uma professora que é neta de um chefão da Yakuza e que tem de esconder isso de todos, enquanto tenta disciplinar uma turma desajustada de estudantes. O mangá é bem interessante, as séries de dorama que a obra inspirou fizeram bastante sucesso (eu também gosto bastante dos dois primeiros doramas), mas o anime… Séries como Gokusen não eram novidades na época, nem por isso elas eram taxadas como antigas, veja o exemplo de GTO de 1999, que ainda com suas limitações é extremamente superior em qualidade de arte e animação a Gokusen. Gokusen é um triste caso de série feita com uma estética já meio velha para época, parece uma série do começo dos anos 90 e com uma animação de alguns anos antes, o que não ajudou em nada o anime tanto que o mesmo concluiu com 13 episódios e com muitos menos conteúdo que o mangá.

Em contraponto as séries que já nasceram velhas citarei séries novas baseadas em obras antigas e que fizeram sucesso com o público atual, sem fugir muito da estética antiga da obra original e as série que decide citar nesse caso são Hunter x Hunter, de 2011, e Jojo’s Bizarre Adventure, de 2012.

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Hunter x Hunter, uma nova roupagem para uma obra o mesmo tempo antiga e atual.

Quero começar explicitando que Hunter x Hunter já havia sido adaptado para série de animação em 1999, sendo que o mangá em cujo ambas séries, a de 1999 e a de 2011, foram baseadas começou a ser publicado em 1998. Além disso, eu gosto bastante da série de 1999, até prefiro ela em comparação a de 2011, mesmo assim é inegável o como a nova série foi bem em trazer a estética antiga da obra original, melhorando muito a animação em relação a série de anime anterior, por isso agradou muito o público novo e os já fãs dessa franquia, tanto que a série foi  muito mais longe do que muita gente esperava, cobrindo praticamente tudo já apresentado no mangá.

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Jojo’s Bizarre Adventure, um clássico de duas décadas que ainda diverte bastante.

O caso de Jojo’s Bizarre Adventure é ainda mais interessante, pois os mangás em que essa série de anime é baseada foram lançado em 1987 e em 1988, tendo esse segundo terminada em em 1989, ou seja, são 23 anos de diferença entre o fim do mangá e o inicio do anime, além disso, o estúdio responsável pela obra havia produzido poucos trabalhos até então e contou com sérias restrições orçamentárias, mesmo assim o resultado final foi surpreendente, não pela qualidade visual do estúdio, pois é bem perceptível todas as limitações que obra possui, mas pelo fato de o estúdio conseguir traspor essas limitações, criar uma estética que lembra os anos 80, mas que ainda assim é atual, e usar de forma muito inteligente as suas limitações como forma de aprimorar, ou ao menos expor mais claramente, o teor cômico de certas partes da obra. E o resultado foi tão positivo que o mesmo estúdio já criou e já foi exibido a primeira parte da continuação que adapta o mangá seguinte, que é o mais famoso da franquia e que já havia sido adaptado para anime de forma não muito satisfatória em duas séries de OVA’s.

Os casos de Hunter x Hunter (2011) e Jojo’s Bizarre Adventure (2012) provam que ter uma estética antiga, ou se basear em obras antigas não é um problema, mas implementar uma obra mal como nos casos de Gokusen e Final Fantasy: Unlimited, fazendo ela involuntariamente parecer mais antiga do que é estética e tecnicamente é que geralmente cria um problema.

Nascer antigo não é exatamente a questão mais problemática com relação ao “mal envelhecimento”,  na verdade acredito que a segunda questão que vou levantar, que de certa forma engloba a primeira, é a grande culpada não apenas em relação a animação, mas também em relação a cinema e seriados live action, de nos apresentar esse conceito de “mal envelhecimento” que é tão questionável. E é agora que muita gente deve se irritar comigo.

A segunda questão é o trabalho mal feito dos estúdios e da staff do anime. É difícil criar uma obra atemporal, ou seja, que mesmo com o passar do tempo ela continue surpreendentemente interessante de forma estética e técnica, independente de apresentar uma história agradável ou não a quem a acompanha.  No cinema, como citarei mais a frente, existem acasos notáveis disso, ou ao menos mais perceptíveis, já com relação a obras feitas para tv ou home vídeo, realmente por questões orçamentárias e de prazo, é muito mais complicado se preocupar com os detalhes que tornam a tal obra atemporal. Mesmo assim, obras que são claramente bem antigas ainda podem ser boas, se elas apresentarem abordagens interessantes o bastante para agradar diversas gerações, mesmo que seja necessário tolerar um pouco problemas relacionados ao envelhecimento da tecnologia com que foi produzida a obra.

Os casos de Jojo e Hunter x Hunter, que já nasceram obras relativamente velhas são exemplos disso, alguns exemplos antigos muito bons são Saint Seiya: Meiou Hades Juuni Kyuu Hen (Cavaleiros do Zodíaco: Hades – A saga do Santuário), Dragon BallYu Yu HakushoJibaku-kunRayearth e Initial D First Stage, todos obras que tive o prazer de rever recentemente e que além de terem uma história que gosto, o fator tempo é muito facilmente tolerável porque foram criadas de uma maneira que ainda é possível se encantar com praticamente todos os detalhes, mesmo sabendo que hoje em dia, muitas das cenas poderiam ser modificadas para melhorar a animação, ou o character design, ou até os efeitos sonoros e visuais, sem um custo muito maior devido a evolução tecnológica.

Três exemplos de obras que envelheceram mal em minha opinião, e sim eu também revi elas recentemente, por isso creio que não é apenas birra, foram Saint Seiya (Cavaleiros do Zodíaco), Flame of ReccaTenkuu Senki Shurato. Essas três séries são icônicas e tem muitos fãs até hoje, eu ainda gosto de Flame of Recca e tenho uma certa nostalgia em relação a Saint Seiya, mas é inegável que todas essas três obras não foram pensadas para durar muitas eras, ou é isso que parece. Os efeitos visuais, a animação e alguns efeitos sonoros dessas obras são muito fracos até em comparação a obras mais antigas. Não sei se os estúdios não quiserem investir muito por ter medo do retorno, ou sei lá qual foi o motivo, mas venhamos e convenhamos, dizer que essas obras continuam incríveis é tapar o sol com a peneira. Gostar do trabalho feito nelas é algo puramente nostálgico ainda que a história e a trilha sonora sejam boas até hoje e ainda que esteticamente essas obras permaneçam interessantes, eu gosto bastante da estética de Cavaleiros dos Zodíaco e mesmo com as armaduras bem simplificadas, a estética do anime me agrada muito mais do que a estética do mangá.

Como citei no começo do parágrafo anterior, tive o desprazer de rever Shurato recentemente e como é medonho o trabalho da Tatsunoko Studios nesse anime, já Saint Seiya só é mais um dos exemplos de animes que Toei Animation não quis gastar muito (ela faz isso até hoje, vejam o caso de World Trigger), os próprios Dragon BallSaint Seiya: Meiou Hades Juuni Kyuu Hen também são da Toei Animation, ambos tiveram orçamentos melhor aproveitados que Saint Seiya e continuam sendo animes bons que envelheceram, mas que não irritam os nossos olhos (tá a dublagem japonesa do Goku irrita algumas pessoas, mas…).  Flame of Recca é do estúdio Pierrot e Yu Yu Hakusho também, o primeiro é um trabalho bem fraco do estúdio, já o segundo é provavelmente um dos melhores trabalhos da Pierrot até hoje (e a dublagem japonesa, embora inferior a brasileira, também é legal).

A grande questão é que envelhecer ou não envelhecer mal  é algo muito ligada a dedicação e forma como certas obras de cultura visual foram feitas, eu ainda adoro Blade Runner, mesmo com seu futuro dos anos 80 que nada tem haver com a realidade, enquanto que eu não consigo suportar o clássico Metropolis que é importantíssimo para ficção científica, mas que em suas duas horas de duração não tem mais do que 20 minutos de história.

Antes de terminar esse texto, preciso falar de obras atemporais, que são difíceis de serem criadas, mas elas existem sim, essas obras não deixam de ser filhas de suas épocas, mas com o passar do tempo elas continuam técnica e esteticamente impecáveis e provavelmente modificar qualquer coisa nelas seria mais prejudicial do que benéfico. O exemplo claro disso são alguns dos filmes dos Studio Ghibli, obras como Kaze no Tani no Nausicaä (Nausicaä  do vale dos ventos), Tonari no Totoro (Meu amigo Totoro), Hotaru no Haka (O túmulo dos vagalumes) e Mononoke Hime (A princesa Mononoke) permanecem incríveis e mesmo que por algum motivo você não goste da história contada por alguns ou todos esses filmes, eu lhes desafio a falar algo realmente mal feito nessas obras.

Enfim, o bom ou mal envelhecimento de uma obra artística, qualquer que seja, é difícil de se avaliar e muitas vezes está ligada muito mais a uma questão de gosto pessoal, mesmo assim acredito que haja obras que envelhecem mal, pelo menos aquelas que estão a mercê da tecnologia que é empregada para criá-las, como o gesso de uma estátua que pode se desfazer com o tempo, um CGI que se torna obsoleto a medida que os anos vão passando, ou uma estalar de dois metais quaisquer que um dia foi tratado como o choque de duas espadas e que hoje não parece mais do que o choque de duas colheres. Os exemplos de animes que citei podem não ser exemplos válidos ou adequados para você caro leitor, mas pense um pouco e você vai conseguir encontrar seus próprios exemplos que poderiam ser associados as questões que citei. Para terminar, ficam algumas perguntas para vocês: Que obras de animação japonesa vocês acham que envelheceram mal? E Por quê? Qual obra você acha que envelheceu mal, mas você ainda gosta? Porque o Seiya arrancou a orelha do Cassios? Ele já não era feio o bastante?

Finalmente está de volta a coluna mais questionadora da internet, espero que tenham gostado desse texto e semana que vem o Pensador Otaku virá apresentar suas indagações sobre um tema que arranhamos no começo desta postagem. Agora vou continuar a busca pela pergunta fundamental, então, até outra hora!

A resposta é 42: Por que pensões são tão legais?

Yo! Pensaram que ia demorar pra sair outro texto da coluna? Hoje é dia de falar de um tipo de cenário frequentemente utilizado por autores de mangás e roteiristas de animações japonesas, um local para descansar, ou festejar, ou estudar, ou para lutar, ou simplesmente para viver uma aventura divertida. Hoje é dia de questionar o porquê de certas  pensões serem tão legais?

Dormir no apartamento do vizinho depois de uma farra é sempre mais legal.

Em Yurumates 3D, dormir no apartamento do vizinho depois de uma farra é sempre mais legal.

Qual a importância dos cenários em uma história? É difícil definir a importância de tal elemento sem levar em consideração de que tipo de história se trata, mas um bom autor sempre usa o cenário a seu favor, até porque uma série de mudanças devem ser feitas dependendo da diferença de cenário, como por exemplo, uma história urbana passada em Tokyo é completamente diferente de uma história urbana passada em São Paulo, porque tanto as cidades são diferentes, como o modo de agir das pessoas que ali vivem são diferentes, principalmente se a história falar sobre tribos urbanas… Em anime há uma série de cenários comuns que são bastante utilizados e mesmo se tratando de cenários similares é normal que as histórias sejam completamente diferentes, mas também é normal que esses cenários identifiquem certos tipos de obra. Alguns desses cenários ainda se tornam tão icônicos para tais obras que funcionam praticamente como um personagem. Hoje vamos nos aprofundar em um desses tipos de cenários bastante explorados que viram quase um personagem a mais. O que vocês pensam quando sabem que um anime vai ser passado em uma pensão?

Festejar ou estudar?

Festejar ou estudar?

Antes de falar sobre as pensões de alguns animes, talvez seja interessante deixar claro que é comum no Japão jovens morarem sozinhos quando adolescentes, até mesmo para que essas pessoas possam aprender a ter independência. Em muitos desses casos essas pessoas se mudam para pensões ou condomínios com vários apartamentos, por serem baratos, de modo que o aluguel pode ser pago por seus pais, ou parentes, ou por eles mesmos ao pegarem empregos de meio período.

Também é comum pessoas no início da carreira profissional morar em pensões pela mesma questão do custo benefício. Por esses motivos é comum que mangakás em início de carreira também morem em pensões ou em condomínios com vários apartamentos, principalmente mangakás que tem de sair de sua cidade natal para trabalhar para grandes editoras localizadas em cidades mais populosas. A famosa pensão Tokiwa-so é um exemplo de local cujos seus moradores mais ilustres foram grandes mangakás, dentre eles Osamu Tezuka, Shoutaro Ishinomori e a dupla Fujio Fujiko (devia ser um local muito louco não acham?).

Com relação aos animes e mangás, as pensões começaram a ficar famosas mesmo com obras de comédia e romance reunindo persnoagens completamente diferentes que preferem uma festa em vez de trabalhar duro. Uma das primeiras obras a tratar desse tema foi o mangá Maison Ikkoku,  lançado em 1980, que tem como autora a mangaká Rumiko Takahashi. A obra se passa na pensão Ikkoku-Kan e tem como protagonista um jovem que se muda para essa pensão com o objetivo de se dedicar aos estudos e passar no vestibular, mas nunca consegue se focar devido a seus vizinhos barulhes e festeiros, que sempre o convencem a deixar seus estudos “um pouco” de lado. Além disso, ele nutre uma paixão pela gerente do local. Este mangá foi um dos primeiros sucessos da autora que hoje é mais conhecida por Ranma 1/2 e Inuyasha.

Hinata-sou e seus moradores nada peculiares

Hinata-sou e seus moradores nada peculiares

Maison Ikkoku se tornou inspiração para muitas obras de comédias passadas em pensões que viriam anos depois, uma delas se tornou uma febre mundial e tanto seu anime como, principalmente, seu mangá ficou bastante famoso no Brasil. Trata-se de Love Hina, uma história que acompanha os inquilinos da pensão Hinata-Sou e seu novo gerente.

Em Love Hina o protagonista é  Keitarô Urashima, um jovem ronin (pessoa que reprovou no vestibular, mas que continua tentando), que é obrigado a trabalhar como gerente na pensão de um de seus familiares. O único problema é que a pensão só aceita garotas e Keitarô não é exatamente nenhum poço de pureza, além de ser muito azarado. Ao longo da obra a pensão Hinata é palco de inúmeros eventos que vão desde simples desentendimentos entre inquilinos ou entre inquilinos e o novo gerente, até romances e tramas internacionais. Um dos locais mais famosos da pensão Hinata são suas termas e são nelas onde a maioria das situações inusitadas acontecem, quase sempre terminando com o pobre Keitarô levando uma surra de uma ou de outra garota da pensão.

Recentemente um  novo anime trouxe mais uma vez a fórmula: pensão familiar com inquilinos peculiares que acabam gerando situações cômicas e estranhas, além de haver um clima de romance ao redor de alguns personagens, muito embora este romance seja um tanto mais platônico que o de costume.

Uma boa dose de humor e romance são a fórmula para o sucesso...

Uma boa dose de humor e romance são a fórmula para o sucesso…

Em Bokura wa Minna Kawaisou, essa famosa fórmula que Rumiko Takahashi e seu Maison Ikkoku tornou famosa e que posteriormente foi utilizada por Love Hina e outras obras é trazida de volta em uma nova roupagem.

Bokura wa Minna Kawaisou tem como protagonista Kazunari Usa, um estudante colegial que vai morar longe de casa e passa  viver no Complexo de apartamentos (ou pensão) Kawai. Lá ele se ver obrigado a viver com um grupo bastante peculiar de adultos, incluindo a gerente do local, que é uma senhorinha meio yondere, uma mulher que vive bêbada e que vive reclamando de sua vida amorosa, uma idol meio sadista, um masoquista irrecuperável e uma colega de sua escola muito quieta, viciada em livros e que é senpai de Kazunari .

Enquanto convive com seus vizinhos barulhentos e muito animados, Kazunari tenta se aproximar de sua senpai, por quem nutre uma paixão platônica, mas costuma sempre cometer gafes e muitas vez acaba por se distanciar ainda mais da jovem.

Otomes de Kuragehime

Otomes de Kuragehime

Embora, pensões sejam mais conhecidas em anime pela fórmula antes mencionada, é comum também esses locais serem palcos de outros tipos de obras. Normalmente pensões são palcos de alguns episódios típicos de animes colegiais, como é o caso das pensões onde os personagens ficam em suas viagens escolares. Também é comum que este locais guardem mistérios que devem ser desvendados pelos personagens completando assim uma mini-saga dentro da história.

Há ainda  histórias, como Kuragehime, onde um grupo de otakus mulheres vivem sobre o mesmo teto e acabam alimentando ainda mais a loucura uma da outra.

Em Kuragehime, a protagonista Tsukimi Kurashita é uma desenhista viciada em águas vivas que tem dificuldade de se relacionar com outras pessoas, principalmente com homens e hipsters, Ela vive na  pensão Amamizukan que é habitada apenas por mulheres que tem dificuldade de se relacionar com outras pessoas além delas próprias. Em Amamizukan todas as moradoras tem um vício peculiar.  Além de Tsukimi ser otaku por águas vivas, há ainda a filha da gerente, que é quem cuidado local, a Chieko que é viciada em Kimonos e bonecas japonesas tradicionais. Já Mayaya é  viciada no romance dos três reinos, Banba é viciada em trens e Jiji é viciada em senhores idosos. Há ainda uma mangaká conhecida como sensei que raramente sai de seu quarto. A situação de Amamizukan muda completamente quando Tsukimi encontrar por acaso um jovem Cross Dressing chamado Kuranousuki Koibuchi que não apenas é homem, mas parece um hipster…

Enfim, pensões são sem dúvidas locais ricos para gerar os mais diverso tipos de história, por serem locais que de uma forma ou de outra preservam a ideia de comunhão  e onde é normal ver várias pessoas diferentes se reunindo na sala de jantar para comer e socializar. E vocês, o que acham da pensões de animes e mangas? Vocês já moraram em pensões? Que outro tipo de história passada em pensão vocês lembram?

Finalmente chego ao fim de mais um post para essa que é a coluna mais questionadora da blogosfera animística. Me despeço então de todos, pois minha busca pela pergunta fundamental tem de continuar. Até outra oportunidade!

A resposta é 42: Sangue e tripas também contam história?

Este texto contém muitas imagens fortes, por isso não é indicado a menores de idade.

Olá caros leitores! Como vão vocês? Fazia um tempinho que a busca pela pergunta fundamental não gerava um texto para este blog, em especial por minha causa, no entanto peço que  deixemos de lado essas questões irrisórias e vamos a mais uma edição da coluna A resposta é 42. Hoje é dia do gore nesta coluna!  Afinal, sangue e tripas podem ser necessários para uma história?

A beleza está nos olhos de quem vê! E o que vocês acham dessa imagem?

Se beleza está nos olhos de quem vê, o que vocês acham dessa imagem?

Não é de hoje que obras de mangá apresentam cenas de ultra-violência, sangue e tripas. Na verdade, essas histórias sempre existiram, mas começaram a ganhar mais destaque nos anos 70 com surgimento de revistas underground e com o sucesso de obras shounen (destinadas ao público infanto-juvenil e adolescente) de violência. Existem vários fatores que tornaram o gore uma característica quase que exclusivamente de obras destinadas ao público adulto, porém é interessante notar que o gore quando usado para um público não tão adulto tem duas principais funções: Apresentar um exagero e/ou chocar.

Cena do primeiro filme de Gen Pés descalços!

Cena do primeiro filme de Gen Pés descalços!

Obras shounens como Hokuto no Ken e Gen, Pés Descalços são dois bons exemplos disso. A primeira é uma obra de luta com ultra-violência em que um único soco é capaz de arrancar cabeças. A segunda é uma auto-biografia focada em um acontecimento brutal que gerou um número absurdamente grande de mortes. Em Hokuto no Ken fica claro o exagero associado ao gore, enquanto que em Gen, fica claro que o objetivo de usar o gore é chocar o espectador, ao representar visualmente cenas horrendas, porém próximas da realidade, geradas pela queda de uma bomba atômica.

As mudanças tanto na indústria de mangás quanto na de animes, que começaram no fim dos anos 80 e começo dos 90, muito influenciadas pelos movimentos anti-mangá e anime, fizeram com que obras similares a essas trilhassem novos caminhos. Primeiro, obras com ultra-violência passaram a não mais apresentar violência gráfica exagerada quando voltadas a um público menor de idade, as que ainda resistiram a esta mudança, passaram a ser publicadas em revistas destinadas a um público mais velho, como o caso de Jojo’s Bizarre Adventure. Já obras como Gen, por terem essa necessidade de utilizar o gore como forma de chocar o espectador, passaram a ser compreendidas como obras que de fato são destinadas a um público mais adulto e maduro, de modo que se tornaram obras seinen (destinadas ao público adulto).

Quando pensamos em gore para um público adulto (algo redundante para a maioria das pessoas), caímos na máxima de que ele existe apenas para chocar o espectador e em muitos casos isso é verdade, no entanto o gore pode ter outras utilidades numa narrativa.

Ichi The Killer ova

Ichi The Killer ova

Uma delas é contribuir para apresentar a personalidade de certos personagens. Em Ichi The Killer temos diversos personagens que se expressam através da violência e que também a utilizam como forma de escape para suas frustrações, de modo que o gore é uma consequências das ações de tais personagens. Essa é apenas uma das muitas obras em que o gore se torna uma consequência das ações geradas por impulsos de personagens que possuem uma personalidade distorcida.

Uma outra forma de utilizar o gore como um elemento a mais em uma narrativa é usá-lo para expor as trevas que cercam ambientação da história de modo que a ultra-violência, sangue e tripas, se tornam algo banal dentro da narrativa, ainda que choquem o expectador. Um exemplo de obra que segue a fórmula citada anteriormente é o filme de animação, Ninja Scroll.

Em outras obras, como em Berserk, há uma transformação do que o gore expressa. A princípio ele é utilizado principalmente para chocar o expectador, mas a medida que a história segue, o gore e a ultra-violência passa a ser algo banal em meio a um ambiente sombrio que não parece ter salvação.

Já falamos que muitas obras de ultra-violência, hoje seinens, surgiram de fórmulas típicas de shounen. Estas fórmulas com tempo foram mudando e se aperfeiçoando. No já citado Jojo’s Bizarre Adventure, o gore exagerado da obra tem como intuito não apenas chocar, mas ser banal e muitas vezes até cômico de modo a deixar claro o quão ficcional a obra é. A violência expressa em Jojo não deve ser levada a sério, nem muito menos pode ser trazida ao mundo real, isso fica ainda mais claro com o surgimento dos Stands, que tiram a culpa direta dos punhos e pernas dos personagens principais, para ser eles as entidades que de fato geram o gore.

Também podemos ter o gore como um elemento que caracteriza diretamente certos tipos de criaturas. Por exemplo vampiros, zumbis, monstros, youkais. Ele pode também ser usado como consequência de uma sociedade  com duas faces, sendo uma delas sombria. Os animes Tokyo Ghoul e Akame ga Kill são exemplos recentes de obras que se enquadram cada qual em um desses perfis.

O gore pode ser utilizado como um elemento essencial para certas histórias. Muitas vezes sangue e tripas significam bem mais do que só sangue e tripas. Em minha opinião, o gore é muito mais do que uma simples exposição visual exagerada, não apenas nos quadrinhos e nas animações, mas em todas as mídias em que é utilizado.

E você, gosta de gore? Acha que ele é realmente um elemento necessário nas histórias em que você já o viu? Como vocês acham que o gore é melhor aproveitado? Ou será que você acha que o gore não afeta a qualidade de uma boa narrativa?

Enfim, está na hora de dizer “tchau” e continuar na busca da pergunta fundamental para a resposta que nós já sabemos qual é! Lhes vejo em breve com mais perguntas e talvez com algumas outras respostas!

A resposta é 42: E o salário ó…

Olá a todos! Essa semana estamos de volta com a coluna mais fundamental da blogosfera animística e universal, A resposta é 42. Espero que tenham curtido o Pensador Otaku na semana passada!  Hoje vou seguir o conselho de uma das ilustre leitoras deste blog, principalmente desta coluna, e começo uma nova série de post sobre Profissões nos Animes e Mangás, sendo que o título desta postagem deixa bem claro de que profissão falarei hoje e ainda é uma homenagem a um dos maiores comediantes desse país, que nasceu aqui no mesmo estado que este que vos escreve, o eterno mestre do humor Chico Anísio. Sem mais delongas, é hora de tomar um café bem forte e se preparar para a próxima aula questionar.

Pergunte ao Ginpachi Sensei

Pergunte ao Ginpachi Sensei.

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa define “professor” como sendo:

substantivo masculino

1. Aquele que ensina uma arte, uma atividade, uma ciência, uma língua, etc.

2. Pessoa que ensina em escola, universidade ou noutro estabelecimento de ensino. = DOCENTE

3. Executante de uma orquestra de primeira ordem.

4. Aquele que professa publicamente as verdades religiosas.

5. Entendido, perito.

adjetivo

6. Que ensina.

Hoje estamos falando dos professores da definição 2, então não estamos falando de qualquer pessoa em geral que ensina alguém, mas daquelas que o fazem em algum estabelecimento de ensino, o que diminui bastante nosso grupo de personagens envolvidos, mas ele ainda é um grupo grande. Em japonês, existem duas palavras para professor, a primeira, e mais comum, é “sensei”, esta é utilizada quando alguma pessoa, que não seja o próprio professor, está se referindo a um professor. Já a segunda é “kyoushi”, um termo usado apenas pelo professor quando quer se referir a si mesmo e a outros que tem a mesma profissão, ou por pessoas qualquer quando querem se referir a profissão e não a pessoa. Deixando isso um pouco de lado, para falar de professores em animes é interessante dividi-los em três grupos, quando são protagonistas da história, quando são coadjuvantes importantes e quando são coadjuvantes que aparecem vez por outra, mas que nem o nome sabemos.

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Um professor que dar aulas de reforço no anime Tari Tari.

Começando primeiro por esse último tipo de professor, eles basicamente são comuns de aparecer nos animes para dar um clima  mais verídico a certas séries, ou quando são parte de séries que tem de certa forma o intuito de criticar o rígido sistema de ensino japonês, geralmente neste caso são vilões que aparecem maltratando um ou outro aluno. Nesse momento talvez seja bom abrir um parênteses (não literalmente) para falarmos um pouco sobre esse tal rígido sistema de ensino escolar japonês… Não cabe aqui explicar muito como funcionam as escolas japonesas, então falando resumidamente, em geral, elas são escolas de tempo semi-integral, ou seja, os alunos estudam em parte da manhã e tarde e depois podem ou não fazer atividades extracurriculares dependendo das regras da escola e do próprio aluno. O que quero levar em consideração é como os professores japoneses tendem a se portar e normalmente eles seguem uma espécie de padrão, onde se importam muitas vezes apenas em passar a matéria, mas são solícitos a alunos que os pedem ajuda e muitas vezes ignoram quem não a quer. E embora haja muitas instituições que visam garantir sempre um bom relacionamento entre alunos e professores, a autoridade dos professores deve sempre ser mantida e qualquer envolvimento demasiado com os alunos pode e é mal visto pela sociedade, o que parece estranho a priori se pensarmos no comportamento de tantos professores de anime, mas se formos comparar com a maioria dos professores de escolas ocidentais que conhecemos,  estes professores são ainda mais solicitos que a maioria dos professores de escolas aos quais estamos acostumados.

Uma cena comum de Urusei Yatsura entre Onsen-sensei e Ataru.

Uma cena comum de Urusei Yatsura entre Onsen-sensei e Ataru.

O problema que muitas vezes é retratado em animes está relacionado a essa tal autoridade que deve ser mantida pelo professor, pois isso chega a subir a cabeça destes ao ponto de certos profissionais tratar seus alunos como se eles devessem algo a ele, o que em suas mentes lhes dar o direito até de punir de forma exagerada certos estudantes. E isso nem chega a ser o motivo principal de chamar o sistema de ensino escolar japonês de rígido, o principal motivo é a pressão que todo estudante costuma sofrer para se tornar um aluno mais exemplar, mesmo que no futuro sejam salarymans comuns. Por fim, vale ressaltar que professores universitários, tanto japoneses, quantos os dos demais países, não seguem nenhum padrão mais específico, nem se preocupam tanto em agir como superiores (alguns sim), pois geralmente são mais pesquisadores do que professores em si, logo sua relação com os alunos tende a ser mais branda e direta, fora que o relacionamentos mais próximos entre estudantes universitários e professores não chega a ser tão mal visto assim… Agora voltemos para terminar o assunto sobre professores que não são muito importantes para a trama dos animes e mangás em que aparecem, esses personagens costumam ser utilizados em cenas pontuais e geralmente não sua aparição não gera impacto na trama, por isso não se tornam memoráveis, vale apenas ressaltar que costumam em geral agir mais como os professores  reais do que os outros que tem destaque.

Sawako Manaka de K-ON, Sawa chan para os íntimos e otakus.

Sawako Manaka de K-ON (Sawa chan para os íntimos e otakus)

Agora falando sobre o grupo de professores de animes mais comum, quando o professor é tratado como coadjuvante importante ou de luxo, nesse caso temos professores diferentes do  normal, porque eles tendem a se destacar por algo não ligado a sua capacidade de ensinar, além de ser comum terem um relacionamento amistoso com os estudantes, ao ponto de por vezes serem até amigos pessoais destes (algo pouco comum no mundo real), incluem-se aqui também os professores universitários, pois, até onde sei, não existem animes universitários com um professor como protagonista. Esses professores se destacam, como já citado, por terem características peculiares, tipo serem muito admirados pelos estudantes, terem dificuldade de se expressar, ou se expressar de forma totalmente não usual, agirem de forma estranha, falarem de forma estranha, se vestirem de forma estranha, terem gostos sexuais estranhos, estarem apaixonados por outro personagem importante para a trama, serem alvos da paixão de outro personagem importante para a trama, geralmente não correspondendo a essa paixão, terem distúrbios sexuais, serem rígidos além da conta, serem inocentes de mais, serem lutadores experientes, serem líderes militares, serem cavaleiros sagrados, serem muito maus, terem grandes peitos e etc.

Sakurai Sensei de Nichijou

Sakurai Sensei de Nichijou

Esses professores agem como personagens suporte e sua profissão importa mais pelo contraste que tem seu jeito em relação a figura padrão do professor rígido e autoritário, embora solicito, que já citei. Muitas vezes eles até tentam agir como professores normais, porém nem os alunos os deixam agir dessa maneira, nem eles mesmo conseguem e às vezes eles simplesmente não estão nem aí, como é caso da professora Naruko Yokoshima de Seitokai Yakuindomo, que está sempre a procura de um parceiro sexual, mesmo entre seus estudantes (esse anime não explicita nenhuma cena onde o ato sexual ocorra, na verdade é mais um comédia colegial que apenas apresenta piadas sexuais entre outras coisas), ou o professor Kazuichi Arai (ou “Pin” ) de Kimi ni Todoke, que costuma agir como um grande amigo de seus estudantes, embora abuse, às vezes, de seus alunos, principalmente daqueles que conhece desde que eram criança, quando ele ainda nem era professor.

Hanamoto Shuji de Honey & Clover.

Hanamoto Shuji de Honey & Clover.

Esses professores são muito importantes para a trama das história que participam, ou funcionam como alívio cômico, mas em nenhum momento chegam a representar um crítica ou um retrato real do sistema de ensino japonês, mesmo professores universitários como O Hanamoto Shuji de Honey & Clover chegam a ter sua profissão como a característica mais marcante, embora ela defina em parte sua personalidade, pois em qualquer que seja o caso, a profissão de uma pessoa reflete uma escolha importante que esta fez em sua vida.

Por fim, vale um destaque especial para os professores de séries baseadas em visual novels, eles ou elas são sempre apresentados de forma que gerem um certo sentimento de que seriam pessoas com a qual o (a) protagonista poderia ter um relacionamento amoroso, embora seja completamente incomum a rota que envolve a conquista do professor ou professora ser a representada na trama principal da história do anime, mesmo assim é notável essa característica.

Yamaguchi Kumiko de Gokusen

Yamaguchi Kumiko de Gokusen

E quanto aos professores protagonistas? O mais comum é que professores sejam protagonistas quando formam um casal com um outro personagem também protagonista, como por exemplo em Onegai Teacher, ou quando representam um professor que vai agir de forma a transformar seus alunos, geralmente delinquentes, em pessoas aptas a viver em sociedade, como por exemplo em Great Teacher Onizuka, Gokusen, Dragon Zakura e Rookies, ou em casos extremos, esses professores lutam contra o sistema de ensino que pune os alunos menos aplicados e explora os mais aplicados, como em Kekko Kamen, ou se sentem afetados por toda a pressão que a sociedade impõe a pessoas como ele, como em Sayonara Zetsubou Sensei. Com exceção do primeiro caso e do último caso,  que se assemelha ao caso dos professores coadjuvantes, nos outros casos há uma certa forma de ao mesmo tento criticar a rigidez do ensino, o que vale muitas vezes ao ensino em todo mundo, não apenas no Japão, e enaltecer os professores que não se preocupam apenas em passar a matéria de qualquer jeito, mas que de fato estão interessados em fazer de seus alunos pessoas melhores.

Nessas obras os professores costuma ser ainda mais excêntricos e diferentes do que é comum de se ver, do que os professores coadjuvantes, provavelmente por precisarem chamar ainda mais atenção. Então é plenamente plausível, termos uma heroína que luta contra o sistema de ensino corrupto e exageradamente mal, usando apenas uma máscara e nunchakos, tendo o resto de seu corpo completamente exposto (Kekko Kamen), ou uma professora ser neta do líder da Yakuza (Gokusen), ou ser um advogado nada sociável (Dragon Zakura), ou, quem sabe, ser uma ex-líder de gangue pervertido que age como uma criança (Great Teacher Onizuka). Existe uma característica que todos esses professores tem, e que é importante para qualquer professor protagonista de um anime ou mangá, eles acreditam no potencial de todos os seus alunos e se necessário agirão mesmo contra a vontade destes para provar que eles podem ser muito mais do que qualquer pessoa espera deles. Vale ressaltar que as obras que contem esses professores protagonistas, tendem a ter também professores coadjuvantes que agem de forma oposta a eles, sempre desacreditando ou agindo de forma má com os alunos que não são exemplares e qualquer um que saia da linha ao menos um pouco, isso deixa claro a crítica que a obra traz e ainda enaltece a figura do protagonista e às vezes esses professores maus até se redimem influenciados pelos protagonistas, outras vezes, apenas sofrem bastante. Para finalizar, é interessante notar que obras desse tipo costumam gerar boas adaptações para doramas por todas as características que possuem.

Onizuka Eikichi de GTO. O professor mais maneiro dos animes e mangás!

Onizuka Eikichi de GTO. O professor mais maneiro dos animes e mangás!

Enfim, ser um professor em um anime não é pra qualquer um, para se destacar é importante ter alguma característica única e se relacionar bem com os alunos, ou ser muito escroto e fazer o papel de vilão que certamente sofrerá na mão de um professor que faça o papel de herói. Mais afinal o que torna essa profissão tão comum e tão referenciada nos animes e  mangás? A princípio o fato de animes e mangás serem em sua maioria para adolescentes, culmina em muitas obras colegiais  que são propícias a terem muitos professores, mas será que é só por isso? O que um professor de anime ou mangá precisa ter de fato para se destacar positivamente  em sua opinião? Já se perguntou que tipo de professor, dos que você teve, daria um bom personagem de anime ou mangá? Ou já pensou que algum professor de anime e mangá lembrava seus professores da escola ou faculdade? E que tipo de personagem professor novo poderia ser criado, não apenas com base nas características, mas que pudesse gerar uma trama diferente das já conhecidas? Afinal, infelizmente, há uma saturação de obras de professores, por isso é cada vez menos comum haver novas obras tendo professores como protagonistas. Será que não há nada de novo a ser explorado com esse tipo de personagem? Eles estarão fadados a serem apenas coadjuvantes em obras futuras?

Enfim é isso, espero que tenham gostado dessa edição e agora me despeço, pois minha busca pela pergunta fundamental continua. Até logo!

A resposta é 42: Dentro dos jogos será que faz frio?

Yo! Sentiram falta desta coluna? Para todos que sentiram e também para os que não sentiram, está de volta a coluna mais questionadora da internet, A resposta é 42. Hoje é dia de refletir  um pouco sobre um tipo de anime que agradou muitas pessoas no século 21, obras advindas da influência dos MMORPG’s, que se tornaram uma febre no fim dos anos 90 e começo do século atual.  Deixo claro que não comentarei animes baseados em jogos ou franquias de jogos, mas obras que são influenciadas pelos diversos elementos que surgiram junto aos MMORPG’s, ou cuja as histórias são passadas dentro de um mundo fictício de MMORPG.  Então, será que faz frio mesmo  dentro desses jogos? Quer dizer, vamos então buscar os questionamentos ao redor desse tema…

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O culpado!

Nos anos 90, com a popularização da internet surgiram também os jogos em rede e pouco depois os MMORPG’s, inspirados nos jogos de rpg de consoles que por sua vez são inspirados nos clássicos rpg’s de mesa. Com a possibilidade de explorar mundos em que vários jogadores poderiam se aventurar juntos e se comunicar, os MMORPG’s necessitaram desenvolver certas diferenças dos jogos anteriormente citados para permitir que a experiência fosse satisfatória e deu certo, cada vez mais a popularidade desses jogos cresceu e no final dos anos de 1990 e começo dos anos 2000 a popularidade desses jogos era tanta que começaram a surgir obras inspiradas neles em outras mídias.

Em 2002 surgiu .hack//SIGN, considerado o primeiro grande sucesso de obras deste tipo, a história é quase toda passada dentro do jogo de fantasia O Mundo (The World) onde o protagonista se ver preso, sem poder deslogar como os outros jogadores, além disso, esse jogo esconde mistérios que podem afetar tanto os jogadores dentro do jogo quanto no mundo real. O anime também introduzia a ideia de uma ferramenta que lia ondas cerebrais e que assim os jogadores se conectavam ao jogo. Elemento este replicado nas séries subsequentes da franquia e em outras obras do gênero. .hack//SIGN não só deu início a franquia .hack, mas toda uma geração de obras inspiradas em MMORPG’s e centradas em aventuras realistas em um mundo de jogos e vividas por humanos normais. Uma questão que surge junto as essa obra é o quanto essas histórias refletem os problemas do mundo real? Afinal os protagonistas delas são humanos com problemas no mundo real, tal como cada um de nós. Além dessa, as diferentes histórias que viriam a ser criadas levantariam outras questões para se refletir.

Um lugar onde posso te encontrar...

Um lugar onde posso te encontrar…

Ainda falando sobre a franquia .hack, surge em 2003 .hack//Tasogare no Udewa Densetsu, uma nova obra que segue um caminho diferente de .hack//SIGN, mas que ainda tem como principal pano de fundo The World, porém dessa vez temos dois protagonistas, irmãos que vivem separados devido ao divórcio de seus pais e que apenas conseguem se encontrar dentro do mundo do jogo, eles vivem a tanto tempo separados que nem sequer se lembram do rosto um do outro, mas dentro do jogo são dois personagens lendários, embora sejam iniciantes, e são responsáveis por desvendar alguns dos maiores mistérios deste mundo. No fundo a obra não chega a explorar muito o drama da separação dos irmãos, porém deixa claro que a vida dentro e fora do jogo são diferentes, mas também possuem suas semelhanças.

O mundo de romances e fantasia de Sword Art Online...

O mundo de romances e fantasia de Sword Art Online…

Em 2012 foi lançado um novo anime, baseado em uma novel homônima a este, que voltaria o olhar dos fãs de anime para esse tido obra onde pessoas se veem presas dentro de um mundo de MMORPG, mas dessa vez todos os jogadores estão ali presos e qualquer tentativa de saírem sem ser chegando ao final da aventura principal do jogo, pode causar a morte destes. Surge Sword Art Online, um dos maiores fenômenos dessa década, primeiro por apresentar um estrutura muito mais próxima dos jogos MMORPG’s que se conhece ainda que com evoluções não existentes. Além disso, viver nesse mundo não é mais uma opção dos personagens, é uma necessidade e objetivo não é descobrir mistérios que envolvem modificações estranhas pela qual esse mundo passou, mas sim lutar e se fortalecer até ser capaz de enfrentar o maior desafio para sair deste mundo. Ao mesmo tempo que o mundo Sword Art Online representa uma fantasia incrível vivida por pessoas em suas formas reais, já que até a aparência de cada um é a mesma que tem no mundo real, também é uma prisão que a priori não tem qualquer saída que não a morte. A segunda parte da obra mostra o efeito que esse jogo causou no mundo real e na vida dos jogadores, mas também trata de outras questões que não vale  a pena comentar aqui. O importante é que Sword Art Online, bom ou não, é uma obra que mostrou que esse tipo de história ainda podia render bons frutos, mas outras obras com caminhos diferentes desse surgiram ainda inspirados em MMORPG’s desde o primeiro .hack.

Ainda dar pra chamar isso de jogo?

Ainda dar pra chamar isso de jogo?

Em Accel World, temos mais uma versão meio futurista de nosso mundo, onde as pessoas nascem com implantes que as ligam a um rede mundial de informações ou que usam aparelhos para o fazer. Esse mundo virtual pode ser acessado pelas pessoas que incorporam personagens para se divertir ou obter informações a  ser usadas no mundo real, mas dentro dele existe uma outra versão deste mundo virtual que garante incríveis habilidades a quem pode acessá-lo, no entanto ele também impõe batalhas para que seus usuários possam continuar usando essas habilidades. O protagonista do anime é um jovem que vive sendo judiado por colegas devido sua fragilidades, mas uma garota que lhe mostra esse novo mundo, que permite-o evoluir e se tornar alguém bem mais confiante, além de torna-se também um importante jogador deste mundo virtual cheio de batalhas que não se diferencia de um mundo de jogo, apenas tem consequências aparentemente sérias para quem perde. Embora o anime não chegue a tratar questões muito sérias, funciona muito bem como uma nova abordagem que mescla o mundo dos jogos ao mundo real criando novas possibilidades e com isso podemos pensar em novos questionamentos, como o porque de nem todos poderem ter acesso a essas habilidades maravilhosas e a seleção natural deste jogo divida as pessoas, em vez de ser algo meio secreto? Uma parte interessante dentro da série que gosto de citar é quando alguns adversários passam a  atacar o protagonista no mundo real, onde ele tem muito menos chance de vencer, para poder se beneficiar dentro do jogo. Essa ideia poderia ser explorada em outras histórias do gênero onde haveria a necessidade de que muitos jogadores, incluindo protagonistas, se esconderem um dos outros no mundo real.

Lutando pela vida em um jogo real...

Lutando pela vida em um jogo real…

Um outra ideia interessante pode ser vista no anime Btooom, onde um grupo de personagens que são jogadores do jogo de disputas online chamado Btooom, que nesse caso não é um MMORPG, mas segue uma fórmula similar, são raptados e obrigados a lutar uns com os outros por suas vidas numa ilha deserta seguindo as regras do jogo. Btooom acaba explorando as fraquezas e os traumas dos personagens que são importantes para o desenrolar do anime. Podemos dizer que o anime é uma evolução natural de caminho a ser seguido a partir de obras inspiradas em conceitos de jogos online. Diferente de Accel World onde se tenta mesclar o jogo ao mundo real, aqui meio que se exporta o jogo para o mundo real. Apenas vale ressaltar que o desenrolar de Btooom, tem muitos elementos de obras seinen de sobrevivência e meio surreais como Gantz e Battle Royale, mas a obra está um tanto no meio do caminho, não contendo nem um história incrível de sobrevivência, nem uma outra com muito influência de jogos online, no entanto ela tem seus méritos.

Como viver em um mundo sem escapatória?

Como viver em um mundo sem escapatória?

Resgatando mais uma vez o tema de pessoas presas dentro do jogo e também com a aparência que tem no mundo real, tal como em Sword Art Online,  temos o recente Log Horizon. A grande inovação que esse anime trás é que nada se sabe do porque os jogadores foram presos no jogo, sendo que este já existia a algum tempo como qualquer outro jogo, além disso, todas as regras do jogo online são mantidas, apenas a aparência dos personagens é mais similar a dos jogadores reais, embora isso dependa um pouco do avatar do jogador também, e os jogadores não precisam mais parar e selecionar sua ação, a escolha dessas virou algo intuitivo, como se eles realmente tivessem aqueles habilidades e pudessem utilizá-las como se vivessem sempre naquele mundo. Porém coisas como a falta de gosto da comida, a ressurreição  em um certo ponto do jogo caso morra (na igreja da última cidade por onde passou), as regras de movimentação e guildas, além de outros elementos são mantidas. Agora a série tenta explorar como essas pessoas irão fazer para suportar viver neste lugar sem nenhuma esperança de sair dali e sem saber se quer porque ali estão. Além disso, o anime explora rapidamente o fato de que nessa situação eles são estrangeiros neste mundo e que os npc’s parecem ser as pessoas deste local e que cada um deles pode ter um história própria e interessante a ser contada (isso faz você começar a se importar por algum tempo em realmente prestar atenção ao que os npc’s falam nos jogos). O anime deixa de criar regras próprias de um novo jogo e explora como seria se as pessoas fossem presas dentro de mundos de jogos como os que conhecemos hoje em dia, o que é uma abordagem bem interessante.

Enfim, a influência que o  mundo dos jogos pode ter sobre as animações e como essas histórias podem retratar o mundo real são ideias que surgiram neste século e que devem continuar a ser exploradas no futuro, pois como certas obras já mostraram, elas podem gerar grandes histórias, aliás em um mundo que se aproxima cada vez mais de uma realidade criada virtualmente, não é nada estranho se pensar como seria se fôssemos presos dentre destas realidades diferenciadas criadas pelos seres humanos. Aliás nem preciso mencionar que o assunto explora a vontade que muitos jovens tem de viver dentre de seus jogos, inclusive muitas vezes negligenciando os problemas do mundo real (Btooom e Sword Art Online exploram também um pouco disso). Como questionamentos finais deixo estes três: Como seria um anime com uma história que apresentasse a possibilidade de se escolher viver dentro de um mundo de jogo ou no mundo real? Você gostaria de viver dentro do mundo de algum jogo? E  qual outra ideia inspirada em MMORPG’s poderia ser explorado em um anime?

Então é isso, hoje ficamos por aqui e enquanto volto a busca pela pergunta fundamental, irei preparar um novo tema para o texto da semana que vem. A edição de hoje é especialmente dedicada a um de nossas leitoras, a Escritora, que sugeriu vários  temas para esta coluna. E embora o tema de hoje já estivesse definido, adorei as suas sugestões para edições futuras e também adorei o desenho, muito obrigado! Antes de mais nada, lembrem-se das palavras necessárias a todos os mochileiros das galáxias e fãs de anime e mangá, Não entre em pânico!

A resposta é 42: Itens (in)dispensáveis

Olá caros visitantes, a coluna mais questionadora da blogosfera está de volta após um longo hiato que provavelmente deixou algumas pessoas um pouco mais tristes. Para retornar com bom humor, hoje trouxe um tema muito peculiar que envolve diversas mídias e que possui uma conotação muito especial nos animes e mangás. É dia de se questionar um pouco sobre aqueles aparatos cuja necessidade de existência é um tanto duvidosa.  Em muitos casos eles surgem como elementos cômicos, mas será que não existe nada por traz desta comicidade? Será que esses itens são tão dispensáveis assim? Sem mais delongas vamos as perguntas (Eu já estava com saudades desta frase)!

Toalha -  Todo mochileiro das galáxias precisa da sua e se tiver uma estampa legal é melhor ainda.

Todo mochileiro das galáxias precisa de uma toalha e se tiver uma estampa legal é melhor ainda.

Toda boa história acaba dando importância a certos itens que nos marcam e que são necessários para que os protagonistas sigam a diante, por exemplo, a espada matadora de dragões e a armadura amaldiçoada em Berserk, a bicicleta em Honey & Clover, a bandana em Naruto,  as armaduras em Cavaleiros dos Zodíaco, os tênis gigantescos da Nike em Basquash e etc, no entanto existem certos itens utilizados em histórias, que podem ser usados como alívio cômico, mas que acabam ficando marcados na memória dos fãs daquele anime e mangá. Surge a questão, será que realmente fazia sentido aquele item existir?

Hoje questionaremos outros sentidos para esses itens, ou seja, a representação que eles trazem consigo, algo que muitos não costumam pensar, mas que nos levam a seguinte questão: será que este item significa algo mais profundo, ou ele realmente pode ser visto apenas como um elemento cômico?

Um item indispensável para trein.. pesq... jogado... Para que serve mesmo esse negócio?

Um item indispensável para trein.. pesq… jogad… Para que serve mesmo esse negócio?

Antes que venham me apedrejar, eu sei que a Pokedex tem várias funcionalidades importantes, como relógio e calculadora. Usando esse exemplo, não é incomum, em certas obras, haver aparatos que tem como funcionalidade principal fornecer algum tipo de informação sobre o mundo ou sobre um grupo de seres (o glorioso guia do mochileiro das galáxias não me deixa mentir), mas em animações, principalmente séries para crianças e adolescentes, estes itens passam uma impressão de inutilidade dado o fato de que no final, muitas das informações fornecidas não são respeitadas pelos personagens e as vezes nem mesmo pelo roteiro da obra, apesar disso não dar para ignorar a utilidade que artefatos como esse poderiam transmitir na mão de pessoas que os utilizassem melhor, além do que são excelentes para ajudar na criação de um “universo expandido” da obra. No caso de Pokemon, muitos dos jogadores adoram utilizar as informações contidas na Pokedex, mesmo assim, em geral, a existência dessa não é realmente necessária nem para compreensão da obra e nem para o desenrolar da mesma, tanto que são poucos os personagens que ostentam tal equipamento.

Tecnologia de ponta, própria para ser explodida.

Tecnologia de ponta, própria para ser explodida.

Ainda em território perigoso, temos as sensacionais cápsulas hoi-poi de Dragon Ball e qualquer máquina comum a sociedade que há em obras shonens de batalha. Diferente dos demais itens que menciono neste texto, esses tendem a começar bastante úteis nessas séries, mas a medida que o nível de poder dos personagens aumenta, a maioria desses itens (fora naves espaciais, por que elas são muito cool) vai se tornando inútil ou talvez úteis apenas para demonstrar como os personagens estão fortes, já que agora essas máquinas podem ser destruídas com um simples espirro, um estalar de dedos, ou uma piscadela. Por outro lado esses itens que vão sendo quase que esquecidos (que nem as Dragon Balls) demonstram um contraste muito interessante, comum a obras de batalha, o fato de que jamais uma tecnologia, por mais avançada que seja, irá sobrepujar as capacidades físicas dos heróis dessas histórias, o que no fim das contas as tornam simples utensílios necessários aqueles que não tem outra opção a não ser serem protegidos pelos heróis, ou dizimados pelos vilões. Vocês já  tinham pensado como seria uma incrível obra de ficção científica, a história da criação das cápsulas hoi-poi? Eu também não!

Nada supera o poder do Afro

Nada supera o poder do Afro!

Alguns dos itens mais utilizados em obras de comédia, são aqueles elementos bizarros de vestimenta, como o cabelo afro, capas suntuosas, cartolas, monóculos e etc.  Por um lado itens como esses, quando utilizados, são extremamente engraçados, por outro demonstram estereótipos estranhos que para pessoas com menos senso de humor podem ser ofensivos. Por outra perspectiva, alguns desses itens servem como símbolos em homenagem a certas pessoas famosas, por exemplo a auto homenagem que o diretor Watanabe Shinichi faz a si  mesmo e a seu cabelo afro, ao utilizar um personagem idêntico ao Lupin III, porém com um afro, ou o fato de muitos personagens que desenham mangás em suas obras terem um boina, o que remete a Osamu Tezuka. Nenhum desses itens são necessários, mas transmitem uma identidade visual que pode ter ao fundo uma mensagem boa ou ruim dependendo do ponto de vista de quem está lendo o mangá ou vendo o anime, além de funcionar como “easter eggs”.

Eu também queria ter um nome criado por um Kappa!

Eu também queria ter um nome criado por um Kappa!

Esse último exemplo talvez não possa ser tratado como um mero item, mas na falta de uma categorização melhor, podemos dizer que nomes funcionam da mesma maneira que os itens já comentados. Apesar de parecer loucura, tratar o nome de um personagem como um um mero elemento descartável é uma das simbologias feitas por certas obras que melhor são utilizadas para demonstrar uma crítica a importância que as pessoas dão a certas coisas. O nome é algo criado para simplesmente facilitar a comunicação, porém é comum se ver por aí, ele ser usado para ostentar uma característica. Obras como The Tatami Galaxy, Arakawa Under The Bridge e Jinrui Wa Suitai Shimashita, estão aí para mostrar que nomes não são vitais para se contar uma história, nas três obras citadas, essa mesma característica é utilizada de forma diferente e sem se importar com nomes e sobrenomes importantes, pois no fim das contas, não é o nome dos personagens que importa, não é isso que faz deles queridos ou odiados, nem é isso que causa a empatia que temos por eles. Nem eu e nem essas obras estão querendo dizer que os nomes diferentes devem ser abolidos, mas elas nos mostram que eles não são como itens necessários para existência ou desenrolar de uma obra.

Repensando tudo o que foi comentado nesse texto é fácil tecer certos questionamentos sobre itens existentes em animes e mangás que não são tão importantes assim. Dentre os vários questionamentos que poderiam ser formulados, deixo três para meus leitores: O que torna um item aparentemente dispensável em algo indispensável para um obra? Que outros itens indispensáveis, presentes em algum anime ou mangá, são lembrados por vocês? E porque disso?

Por hoje é só pessoal! Espero que tenham gostado e garanto-lhes que a coluna estará de volta antes mesmo que vocês consigam se deparar com outro cara vestido de Kappa, porque mesmo sabendo a resposta para o sentido da vida, do universo e de tudo mais, ainda há muitas perguntas a serem descobertas antes da verdadeira questão fundamental. Até mais!

A resposta é 42: Esses humanos não tem jeito…

Sentiram falta dessa coluna? Eu senti!

Cá estou para acabar com este jejum, inspirado por um excelente anime que terminou recentemente e por um filme muito ruim que vi ontem, trago-lhes mais um tema cheio de perguntas sem respostas e vice versa, afim de por suas mentes e seu senso crítico para trabalhar. Hoje é dia de falar um pouco sobre os seres humanos e como eles podem ser vilões tão bons quanto heróis, então preparem suas perguntas, pois é hora de mais uma edição da coluna A resposta é 42.

...Leiji Matsumoto que o diga.

…Leiji Matsumoto que o diga…

Os seres humanos podem ser considerados como a forma de vida mais inteligente e avançada que conhecemos, além disso, por ser a nossa raça, tendemos sempre torcermos a favor dela, afinal porque não torceríamos? O problema é que ao mesmo tempo que os humanos são nossos heróis, também são nossos maiores vilões. Um filósofo inglês chamado Thomas Hobbes criou uma frase que resume bem esta ideia: “O homem é o lobo do homem”. Aproveitando-se deste conceito é comum vermos quadrinhos e animações japonesas que exploram o tema das mais diversas formas, principalmente quando nos vemos enfrentando inimigos não humanos e que tecnicamente deveriam unir a humanidade, mas não por muito tempo, ou será que nunca conseguimos unir a raça humana em momento algum?

Lilith_(Rebuild)

Evangelion e o egoísmo humano

Todo ser é limitado por aquilo que conhece, assim sendo, as histórias sempre constroem inimigos movidos por defeitos plenamente humanos, em outras palavras é difícil ver uma motivação que não compreendemos e interpretá-la como algo bom, mesmo porque o novo é ruim né? Na verdade as limitações que temos sempre acabam por tornar um mal ou bem associado a uma ação que possamos tomar. Em Evangelion  por exemplo, temos os anjos como a maior ameaça contra os humanos, ou assim é nos apresentado durante boa parte da série, até descobrirmos que toda essa guerra contra os anjos foi motivada pelos próprios humanos e pior, que supostamente os humanos e os anjos possuem uma descendência comum, na verdade podemos entender que a motivação dos anjos é o medo da ameça que a humanidade pode ser a  eles, mas será que tudo isso não pode ser entendido também como o medo do que os seres humanos podem fazer consigo mesmo e por isso concebeu-se seres inumanos capazes de destruir a humanidade, mas que no final não conseguem nem mesmo parar as lutas internas que a humanidade trava entre si, pois ao final de Eva, quem são os vilões? Uma forma que pode lhes fazer ver Evangelion por um ângulo diferente é pensar que os anjos são seres criados por humanos, ou monstros que unem as características boas e ruins dos seres humanos, e que eles não tinham a intenção de destruir o mundo, mas apenas a Nerv e o projeto de instrumentabilidade humana, pois na verdade essa seria uma ameaça ainda maior para outros seres humanos?

Muv-Luv Alternative Total Eclipse - 09 - Large 19

Seria bem mais simples se eles fossem os únicos inimigos.

Já perceberam como é difícil ver uma história de ameaça externa em que em um ponto a humanidade não comece a confrontar a si mesmo, seja por poder, ou por outras motivações. Normalmente isso ocorre quando aqueles que estão no poder sentem que a ameaça está relativamente controlada, o pior é que muitas vezes esses mesmos humanos não agem para extinção imediata da ameaça, pois ela representa um trunfo até certo ponto. Em Muv Luv Alternative temos um mundo invadido por alienígenas chamados Beta. Enquanto que muitos pensam em destruir os Betas, a ameaça acaba se tornando aparentemente menor para os governos a medida que a tecnologia que permite exterminar esses seres vai se tornando mais eficaz, até chegar em um ponto que os maiores conflitos da série são entre os próprios humanos, não que os Betas sejam esquecidos, mas parece que o confronto com eles se tornou um segundo plano, algo talvez necessário para mascarar uma falsa união entre as nações que nem sempre se interessaram em vencer apenas os betas, mas também em vencer a possível guerra que virá depois que eles forem exterminados. A união soviética investe em seus super soldados, os americanos na junção do treinamento militar pesado com a tecnologia, enquanto que os japoneses buscam construir novas e poderosas armas, afinal será que tudo isso visa acabar com os Betas?

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Defendendo o lado certo?

Deixando as ameaças alienígenas de lado, temos histórias em que coisas que aparentemente triviais, como o direito de buscar conhecimento nos livros, nos são privadas e que é preciso lutar para mantê-las. Humanos contra humanos para defender um direito humano, pode parecer idiotice, mas não há nada mais comum e triste  no mundo em que vivemos do que vermos guerras travadas entre iguais devido a privação da liberdade de alguns de nossos direitos. Em Toshokan Sensou (A guerra da biblioteca) há aqueles que veem nos livros uma ameaça a criação de uma sociedade ideal e há aqueles que não aceitam a privação de algo tão humano quanto a obtenção e o aprimoramento do conhecimento. Eu sou do tipo que apoio o exército da biblioteca na defesa pelo direito que todos temos de poder ler um bom livro e descobrirmos mais e mais neles, mas também questiono o quão insano é uma luta entre humanos por esta motivação, na verdade podemos associar essa luta pelos livros com as diversas guerras que existem e que existiram relacionadas aos direitos individuais de cada indivíduo. O problema é que não há como inferir que uma sociedade menos crítica não seja mais facilmente pacífica, e pior, menos ideal. Eu não acho que essa é a melhor resolução, porque privar um  direito obtido desde o momento que nascemos parece quase desumano, mas e vocês o que acham?

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Um novo mundo, nem tão novo assim.

Por fim, queria citar o caso do anime que me fez pensar no tema de hoje, Shin Sekai Yori. A obra apresenta um futuro em que a humanidade é composta de indivíduos detentores de poderes paranormais, que dentre outras coisas, usam para subjugar uma raça nova conhecida por ratos monstros, seres grotescos, mas que possuem uma capacidade de raciocínio similar a nossa, no entanto que são privados em parte de seu livre arbítrio pelos humanos. A medida que acompanhamos a história descobrimos que a sociedade ideal foi concebida em cima de guerras diversas. Além disso, a maioria dos humanos são proibidos de buscar certo nível de conhecimento e embora hajam mecanismos que proíbem os humanos de matarem uns aos outros, existem outras formas de se matar um indivíduo que seja tido como problemático para o sistema como um todo. A história segue até chegar num certo ponto em que podemos nos interpor na pele dos ratos monstros, tendo os humanos como a grande ameaça externa que restringe a vida dos demais seres vivos. Em outras palavras esta série apresenta uma sociedade ideal humana em que na verdade todos os problemas apresentados anteriormente são a base para ela, nem preciso dizer que no fim das contas o tal novo mundo é muito similar ao velho, ou ao atual. Voltamos ao lugar comum onde “O homem é o lobo do homem”, ou nesse caso, “O gato demônio”.

Esse texto serve pra mostrar como há histórias em que de fato os grandes vilões são as sociedades humanas, mas não precisamos pensar apenas no lado ruim, pois, como citei no início do post, nós não somos apenas os grandes vilões, também somos os maiores heróis. A grande questão a se discutir é um modo de podermos parar com essa briga entre vilões e heróis e passarmos apenas a sermos todos humanos, ou melhor,  a aceitarmos que somos todos iguais de certo modo e que nossa capacidade de evolução sem violência nos levará muito mais longe do que guerras pra decidir o que é melhor e quem tem mais poder sobre quem. Será que um dia pararemos de pensar como povos diferentes e passaremos a agir como indivíduos diferentes, mas como uma único povo humano? E será que isso é realmente o melhor?

Um texto bem questionador e filosófico esse de hoje não? Então fico no aguardo dos seus comentários com suas visões sobre o tema. Até outra hora em mais um texto que busca as perguntas corretas, pois a resposta todos sabemos que é 42!

A resposta é 42: Ver o anime depois do mangá ou ver o mangá depois do anime?

Olá intrépido leitor! Está na hora de mais uma edição da coluna A resposta é 42, sua dose semanal de questionamentos envolvendo o mundo dos animes, mangás e afins. Essa semana mudarei um pouco o caminho que segui nas últimas edições e em vez de falar sobre assuntos que podem ser facilmente estendidos a qualquer mídia, falarei sobre algo próprio dos quadrinhos, novels e animações japonesas. Hoje a grande questão é, devo ver primeiro o anime ou o mangá? e não interpretem como algo do tipo Anime ou Mangá, qual o melhor? (Mesmo que as imagens mostrem minha opinião sobre isso). Então chega de introdução e vamos as perguntas, ou melhor, ao texto da semana.

É até piada comparar o ótimo anime ao fraco mangá, mas será que vale a pena ler os dois?

É até piada comparar o ótimo anime ao fraco mangá, mas será que vale a pena ver os dois?

Antes de mais nada é preciso esclarecer que nem sempre vale a pena ver as duas versões da obra, em muitos caso a discrepância da adaptação é tão grande que realmente podemos dizer que são obras completamente diferentes e em muitos desses casos fica claro demais a discrepância de qualidade ao ponto de uma das mídias poder denegrir a imagem da outra. Dois casos que presenciei foram Code Geass e X. No primeiro caso a adaptação para mangá da série de tv, além de retirar uma parte relativamente muito importante do original com a exclusão dos mechas, tem uma qualidade em vários aspectos bastante inferior a obra original, ao menos para mim fica claro que não vale a pena ler o mangá que adapta a história do anime (embora eu tenha lido para saber disso T.T). No segundo caso fui um pouco mais infeliz, pois meu primeiro e único contato com X foi o filme X 1999, que até hoje considero um dos piores filmes de animação que vi.  Mesmo crendo em todos os que me dizem que a série de TV e o mangá são bem  melhores, não consigo acompanhar os demais materiais da franquia por simplesmente não tirar a imagem daquele péssimo filme de minhas lembranças.

Dar pra ver o anime de Dance the Vampire Bund, mas se puder ler o mangá passe longe da animação!

Dar pra ver o anime de Dance in the Vampire Bund, mas se puder ler o mangá passe longe da animação!

Nesse momento chego ao ponto que é o maior determinante da questão, será que a primeira impressão é a que fica sempre? Sendo bem sincero, com o passar dos anos comecei a me especializar um tanto nessas diferenciações e hoje em dia eu sempre me dou ao trabalho de ver as adaptações em termos de potencial da obra quando não conheço a mesma em sua mídia de origem, pois geralmente as adaptações são inferiores a obra original.  Caso já tenha visto a versão original, passo a ver a adaptação, exatamente como uma adaptação propriamente dita, mas antes de entrar a fundo na discussão relacionado a acompanhar as diversas mídias em que uma obra reside, ainda há mais uma questão relacionada a quando acho que devemos ver apenas uma mídia.

Dois ótimos mangás que conheci devido a seus animes e que hoje em dia recomendo que não vejam o anime, mas que acompanhem o mangá são Dance in the Vampire Bund e Pandora Hearts. Ambas são ótimas obras, que até apresentam pontos positivos na sua versão animada, mas que por uma questão de erros claros dos estúdios que os adaptaram se tornaram séries de anime quase tão criticadas que a adaptação acabou sendo prejudicial. Usando apenas o caso de Dance in the Vampire Bund como exemplo, o mangá foi  adaptado para anime pelo estúdio Shaft, um estúdio de renome com ótimas obras, porém um estúdio com certos vícios que nem sempre se adaptam bem a todas essas obras, como a utilização de muitos efeitos visuais e a estilização de cenários. Apesar da arte dos personagens do mangá ter uma certa estilização diferente de muitos outros, a meu ver não é uma obra para se usar artifícios visuais exagerados, afim de dar profundidade a mesma, na verdade o visual do mangá mostra um contraste interessante entre a violência exacerbada e o ecchi em detrimento a história cheia de diálogos longos e um tanto complexos. Como então ver um anime ruim e esperá um mangá bom e vice versa? Bem não existe fórmula para esse caso, você terá que apostar no fim das contas, foi o que fiz com Pandora Hearts e Dance in the Vampire Bund e o que não consigo fazer com X.

Eu prefiro o anime, mas todos deveriam ler as novels.

Eu prefiro o anime, mas todos deveriam ler as novels.

E então devo ver primeiro o anime ou mangá? A novel ou o anime? O jogo ou a novel? O anime ou o jogo? Para ser sincero eu acredito que exista uma resposta bem simples, mas que não funciona. A resposta é: Veja primeiro o melhor. Porque ver primeiro o melhor? Se você começa pelo melhor vendo ou não a outra versão não fará diferença para você, é mais fácil de abstrair e notar erros, pode-se escolher parar a vontade sem ter uma grande perda de conteúdo dentre outras vantagens. O problema é que a priore não há como saber qual é o melhor sem experimentar ambas as versões, por isso que a pergunta é tão interessante ao ponto de ser tema de um texto dessa coluna.

Então vejamos, o melhor na maioria das vezes é a obra original certo? Em geral sim, mas e quando você tem a tendência em gostar mais de uma mídia é um pouco mais complicado. Eu por exemplo gosto mais  de anime do que de mangá pelo fato de o anime me dar uma experiência muito maior no sentido de eu não só ter a imagem e a história, mas também por ter a música a animação, a dublagem os efeitos e por aí vai, porém eu mesmo admito que é difícil a adaptação animada apresentar a história de uma forma tão boa quanto o mangá, novel ou jogo em que foi inspirada ou baseada, pois afinal o roteiro na maioria das vezes não é do mesmo autor e porque há diversas limitações na mídia que acabam exigindo corte ou alteração de cenas em relação a versão original.

Adoro as animações de Genshiken, mas mesmo tendo conhecido depois, prefiro o mangá.

Adoro as animações de Genshiken, mas  prefiro o mangá.

Talvez sendo um tanto preconceituoso, quando a animação é a versão original, pode começar por ela, pois as chances da adaptação ser melhor são mínimas, mesmo nos melhores casos que acompanhei, o mangá só conseguiu se igualar em qualidade ou superar o anime no quesito character design (o caso de Hoshi no Koe). O contrário como já disse é que é mais complicado, então tentemos utilizar uma outra linha de raciocínio. Que tal sempre começar pelo anime e tentar medir a obra através de potencial, como eu citei que faço? Afinal na maioria dos casos o anime serve apenas como uma forma de chamar a atenção das pessoas pra outra mídia e nos casos em que são originais já disse que é melhor mesmo começar pelo anime. O problema então é saber avaliar o potencial, pois isso é algo que no fundo não passa de uma suposição e essa avaliação precisa ser exercitada para gerar uma maior precisão.

Já que em todo os casos há problemas, porque eu não vejo sempre todas as mídias possíveis e avalio a qualidade sempre? Esse caso é inviável, por falta de tempo e de recursos financeiros (ao menos se quiser ver pelo menos parte do material por meios legais). Um outro motivo que omiti para sempre se buscar começar pela melhor versão da obra é que em geral vocês só tem vontade de ver as demais mídias se acabar gostando da obra. Foi o meu caso com Code Geass, pois só colecionei um mangá, que achei ruim, por querer ter aquela versão dessa obra que gostei tanto. Também foi meu caso com X, que por eu achar o filme tão ruim, nunca tive interesse por ver a história em alguma das demais versões.

Mangá excelente, mas eu me emociono mais com o anime, afinal é minha série de animação preferida.

Mangá excelente, mas eu me emociono mais com o anime, afinal é minha série de animação preferida.

O que faço então? Bem… pela paixão que tenho por animação, normalmente eu vejo o anime primeiro e raramente arrisco ler um mangá antes, mas quando acontece é quase sempre aquele que não tem adaptação animada e é curto ou de autores que gosto. Felizmente hoje em dia casos como o de X não mais acontecem comigo, não que eu tenha descoberto, talvez por ter melhorado minha forma de perceber o potencial da obra, pra ser sincero dificilmente arrisco um mangá de um anime que acho ruim, mas também eu sempre tento achar a animação boa, mesmo sabendo de suas falhas.

Usando esse raciocínio eu acredito que a melhor coisa é escolher a mídia que você mais goste e apostar sempre nela, mesmo que erre. Eu já errei muitas vezes e outras tantas nem sei se errei,  mas pelo menos fico mais feliz em ver um bom anime do que em ler um mangá ou uma novel interessante. Mesmo escolhendo sua mídia preferida, não deixem de arriscar de vez em quando uma mídia diferente e para minimizar o erro, pode tentar seguir as dicas dos sites e blogs que gosta.

Vocês preferem começar pela mídia escrita, desenhada ou animada? Que erros já cometeu por apostar em uma adaptação? Que acertos teve por arriscar uma outra versão de uma obra, mesmo que a primeira que viu tenha achado ruim, do mesmo modo que meu caso com Dance in The Vampire Bund? E afinal vocês preferem anime, assim como eu, ou mangá, como meus amigos do Mangá²?

Por hoje é só, ainda não achei a resposta para a questão fundamental, mas continuarei procurando, afinal não tenho tempo nem recursos pra montar um computar capaz de me informar esta. Enfim, não deixem de comentar, mandem dicas para temas futuros e até mais!

A resposta é 42: Nós adoramos fantasia medieval!

Bem, pelo menos eu adoro! Olá a todos! Cá estou para mais uma vez discorrer sobre a vida o universo, o tema de hoje e tudo mais. Nessa edição da coluna mais questionadora da blogosfera falarei sobre fantasia medieval, sobre algumas grandes obras da animação japonesa que possuem esse tema e sobre as divergências e semelhanças que esses mudos possuem com o nosso. Sem mais delongas vamos buscar o conhecimento e formular questionamentos é hora de começar mais uma edição da coluna A resposta é 42.

Como não gostar de Berserk?

Como não gostar de Berserk?

Nem lembro quando foi a primeira vez que fui apresentado a fantasia medieval, embora lembre que a primeira animação desse gênero que conheci foi Dungeons & Dragons (ou Caverna do Dragão) e nunca gostei, mesmo que muitos dos meus conhecidos a venerem. Já meu primeiro anime com esta temática foi Slayers que passava em um horário sofrível na rede Bandeirantes e que tinha que travar verdadeiras batalhas ou ativar meu modo stealth  para conseguir o controle da tv do quarto (A única que pegava com alguma qualidade o canal, pois sem antena ou tv a cabo a Bandeirantes sempre teve péssimo sinal em Fortaleza). Me vi maravilhado com aquela aventura, pois mais ou menos nessa época tinha adentrado o mundo dos RPG’s de mesa e jogos de videogame que simulam esse estilo.

Lina Inverse devia ser uma personagem jogável de Fire Emblem

Lina Inverse devia ser uma personagem jogável de Fire Emblem!

Desde criança, ouvimos histórias fantásticas de cavaleiros, magos, bruxos, guerreiros, dragões, criaturas fantásticas que sempre povoam um mundo cheio de reis, rainhas e príncipes e que se assemelham ao período histórico chamado Idade Média, daí o termo fantasia medieval, mesmo porque muitas dessas crenças e lendas eram transmitidas nessa época como verdadeiras a uma população com certa ignorância, ao ponto de muitos acreditarem realmente que parte de tal fantasia existia no nosso mundo. Pensando bem, é inegável que a maioria dessas histórias nada se assemelham a tal Idade das Trevas, mas se o passado não nos proporcionou um mundo realmente fantástico, os escritores de ficção o fizeram. Utilizando muitos ditos, contos e lendas, aliados a uma imaginação fértil, escritores como J.R.R. Tolkien definiram o gênero que a muito é tão adorado por fãs em todo o mundo e que é um dos temas mais explorados em animes e mangás, das formas mais diversas possíveis.

Em geral, quando se fala sobre fantasia medieval o que vem primeiro a mente? No meu caso, são histórias passadas em continentes muito similares a Europa durante a Idade Média, mas existem histórias fantásticas baseadas em lendas de todos os cantos do mundo, como o próprio Japão, a Arábia e a África. Dessa vez pretendo discernir um pouco mais sobre as obras com uma ambientação parecida com a de meu pensamento inicial.

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Record of Lodoss War, um marco para as animações.

Um dos pontos mais interessantes na fantasia medieval, que também é explorado em diversas animações e quadrinhos japoneses é o paralelo que podemos traçar entre o mundo ali apresentado e o que vivemos hoje. Em muitas dessas histórias existem guerras que envolvem não apenas a vontade de conquistar o mundo, mas motivadas por outras ganâncias, por diferenças ideológicas ou até mesmo por interesses comerciais.  Um detalhe interessante que acaba sendo explorado por poucas obras, como o recente Maoyuu Maou Yuusha, é a parte política que motiva toda a ação dos heróis e vilões.

Densetsu_no Yuusha no Densetsu

A lenda dos heróis lendários, uma bela obra, mas com uma adaptação animada não tão boa.

Outra coisa que sempre chama atenção em aventuras desse tipo são as motivações dos heróis, alguns lutam por glória e fama, outros por vingança, outros por não saberem fazer outra coisa na vida e alguns lutam para nunca mais precisarem lutar. Cada personagem tem uma motivação diferente e que muitas vez interessam muito mais que suas ações.

Por se tratar de um gênero muito abrangente é comum vê-lo ligado a outras temáticas, como a comédia, o drama, a tragédia, o ecchi e até mesmo a ficção científica. Mais e então o que me faz adorar a fantasia medieval? Personagens marcantes, enredos elaborados, paralelos com o nosso mundo não são exclusividades desse gênero. O que realmente me faz gostar desse tipo de história é a ambientação e o elemento mágico que nenhum outro gênero consegue trabalhar tão bem, ao menos em minha opinião.

Maoyuu Maou Yuusha e a busca pela salvação diplomática do mundo

Maoyuu Maou Yuusha e a busca pela salvação diplomática do mundo.

E você meu caro leitor, já viu Lodoss War, Slayers, Maoyuu, Berserk, Densetsu Yuusha no Densetsu, Druaga no Tou, Fairy Tail, Magi, Mononoke Hime,  Juuni Kokuki, Romeo x Juliet, ou algum outro anime ou mangá de fantasia medieval? O que achou? O que mais lhe chamou a atenção? O  uma boa história desse gênero precisa?

Por hoje é só, vou voltar a jogar Fire Emblem e vê se ele me traz alguma ideia para a pergunta fundamental correta. Obrigado antecipado pela leitura e pelos comentários e até amanhã!

 

A resposta é 42: Um Anime não se julga pelo Character Design?

Olá caros leitores!  Estou aqui para  mais uma semana de questionamentos e divagações sobre animes, mangás, o mundo e tudo mais. Hoje falarei sobre um assunto que nem é tão polêmico, aliás creio que muitos dos leitores dessa coluna nem tenham tanto problema assim na hora de escolher uma boa série, nem que o façam pela sua imagem de divulgação, coisa que já fiz em um passado não muito passado. A coluna de hoje trata sobre julgar um livro pela capa, um mangá pelo desenho do protagonista, um anime pela sinopse, em resumo, em se presumir algo sobre uma obra que ainda não conhece.

"Uma obra de Mecha com design da CLAMP, deve ser tipo Rayearth né?"

“Uma obra de Mecha com design da CLAMP, deve ser tipo Rayearth né?”

Quem nunca viu aquela imagem de apresentação de um anime e não pensou: “Ah! Esse aqui não me parece bom, então vou deixar pra lá”? Eu sou uma das pessoas que tendo a dedicar bastante tempo aos meus hobbys e ainda escrevo sobre os mesmos para tentar ajudar os demais a conhecer mais sobre aquilo de que tanto gosto, por isso vejo muito mais coisa do que é necessário, apenas para poder mostrar um julgamento que acho adequado, mas em geral as pessoas, incluindo muitos dos leitores deste blog, não podem, nem querem perder tempo acompanhando materiais que a princípio parecem desinteressantes só para formar um julgamento mais correto.

É Mahou Shoujo, mas não é como todo a maioria dos Mahou Shoujos.

É Mahou Shoujo, mas não é como a maioria dos Mahou Shoujos.

Um dos maiores problemas ao se escolher uma nova obra é a falta de conhecimento da mídia como um todo, ou seja, ao ter um conhecimento muito específico, como o caso de alguém que só ver animes de batalha, dificilmente essa pessoa começará a ver, sem recomendação, uma série de ficção científica, ou um romance, porque ela não é capaz de julgar positivamente um universo que não conhece. É a velha questão de quem tem uma melhor capacidade de reconhecer coisas boas, aquele que viu muitas coisas famosas, ou aquele que viu poucas coisas, mas que muitas delas são menos conhecidas, embora tenham boas críticas.

Por outro lado também há um problema relacionado as pessoas que conhecem muitas obras de estilos diferentes, porque elas tendem a julgar com maior frequência uma obra pela sua premissa ou apresentação, assim tendem a arriscar menos em certas séries, logo podem perder a chance de conhecer uma obra que na verdade é totalmente inovadora para aquele estilo que a pessoa não se julga fã. Comigo aconteceu com séries de mecha, que durante muito tempo menosprezei por conhecer um histórico de mechas com a velha ideia do herói escolhido magicamente. Só ao ver obras como alguns Gundans, Code Geass e Macross que entram muito mais na questão de guerra e política foi que vi que havia um futuro para mim junto a esse tipo de série e quando vi Gurren Lagann, passei até mesmo a ver aquelas séries de mechas com heróis escolhidos magicamente com outros olhos.

Eu nunca imaginei que 4 tatames podia gerar um cenário tão bacana.

Eu nunca imaginei que 4 tatames podiam gerar um cenário tão bacana.

Nesse ponto já deve está claro que somente o character design e a premissa pode enganar, mas muitos ainda não sabem então como fazer esse pré julgamento. Uma questão interessante a se levantar, é que com o passar dos anos nós tendemos a ter cada vez menos tempo disponível antes de estabelecer um período padrão que dispomos para conhecer novas obras, logo existe muita coisa a conhecer, mas pouco tempo e por isso nosso julgamento deve ser o mais rápido possível, no entanto, às vezes isso o faz ser inadequado e acabamos perdendo tempo com algo que percebemos depois que não é tão bom e deixamos de ver outra coisa que após uma simples pesquisa descobrimos que era o que queríamos.

Fazer um pré julgamento é algo necessário, pois não dispomos de tempo livre para acompanhar um pouco de tudo antes de julgarmos a qualidade de cada obra, por isso é interessante pensar ao menos um pouco no que é necessário para me interessar por um certo material. Será que o visual importa tanto assim? A premissa é o que mais interessa? Ou será que a temática?

Levante a mão quem imagina que este seja um anime de fantasia medieval cheio de batalhas

Levante a mão quem imagina que este seja um anime de fantasia medieval cheio de batalhas

Não é fácil estabelecer ao certo o que mais importa na hora de escolher qual novo anime ver, pois cada detalhe pode ser relevante em sua proporção, além disso, não tem como saber ao certo que caminho a história deve seguir sem acompanhá-lo. Aí voltamos a questão de só termos muitas vezes conhecimento sobre a premissa, a temática e o character design.

Uma das dicas mais interessantes que posso lhes oferecer hoje em dia, é tentar saber um pouco mais sobre a obra através de sites e blogs que falaram um pouco sobre essa, para isso é necessário não começar a obra por impulso é claro, além de que nem todo site apresenta dados que você vá achar importante. Eu por exemplo não gosto de Hokuto no Ken, mas tanto para muitos de meus amigos, quanto em textos de muitos sites que conheço essa obra é tida como muito boa.

Não há uma fórmula que possa transcrever com 100% de certeza que uma obra vai lhe agradar e muitas vezes ir muito afundo na pesquisa sobre um certo anime, quadrinho, filme ou livro pode lhe tirar a surpresa e o prazer de descobrir por si mesmo grandes momentos e belas obras.

Quem não arriscou se divertir com esse anime, não sabe o que perdeu

Quem não arriscou se divertir com esse anime, não sabe o que perdeu

No fim das contas, não se pode julgar um anime pelo visual, premissa, ou temática, mas também não se deve buscar tanta informação para garantir que um anime é bom antes de vê-lo ao ponto de perder a chance de se surpreender com o mesmo. É preciso arriscar, mas   conhecer um pouco mais sobre aquilo que lhe interessa não causa mal a ninguém, logo eu acredito que não seja certo se julgar um livro pela capa, ao menos se deve tentar buscar algumas poucas informações para refletir sobre sua escolha, perder alguns minutos vale a pena, em vez de se arrepender por muito tempo.

Mais um texto confuso, eu sei, mas tradição é tradição, por isso espero que tenham gostado de mais essa reflexão sobre a vida o universo e tudo mais e que me respondam: Como vocês escolhem um novo anime, mangá, livro ou filme? Essa semana fico por aqui e semana que vem continuamos nossa busca pela pergunta fundamental.

A Resposta é 42: Vilões de Anime e Manga – Vilões vira-casaca

Olá caros leitores! Hoje compensarei a falta da coluna no último sábado e ainda retorno com uma temática que já deu muito o que falar aqui, mais uma vez tratarei de vilões de animes e mangás e nesta edição dedicarei minhas palavras a um grupo de vilões que é muito mais extenso do que certas pessoas gostam de admitir. Hoje discursarei sobre os famosos vilões “vira-casaca”. Como se diz por aí:  “Mantenham os amigos perto e os inimigos, mais perto ainda, pois nunca se sabe quando eles poderão mudar de lado”. Vamos então  a mais uma semana de filosofia e questionamentos em busca de uma pergunta satisfatória.

Para Kanon, virar a casaca é quase uma arte.

Para este senhor, virar a casaca é quase uma arte.

Dentre os vários tipos de vilões que recheiam as páginas de mangás e os quadros dos animes, um tipo muito peculiar sempre foi alvo de piadas, mas também de muita adoração. Alguns os chamam de anti-heróis, outros de traidores e há aqueles que preferem afirmar que estes vilões estão apenas agindo perante o que acreditam, mas para mim há todas essas possibilidades, porém nenhuma delas os tornam menos “vira-casacas”. Existem vários motivos para vilões se tornarem mocinhos, amigos dos mocinhos ou simplesmente companheiros de lutas dos mocinhos e neste texto falarei um pouco sobre exemplos de quatro desses motivos (Necessidade, TraiçãoMudança de ponto de vista e Conveniência), para então fazer os questionamentos finais.

Para governar a terra, primeiro é preciso mantê-la a inteira.

Para governar a terra, primeiro é preciso mantê-la inteira.

Picollo, em Dragon Ball Z,  nasceu como um vilão, o lado mal de um suposto deus, com pretensões de tomar o mundo para si, e o inimigo eterno do herói Goku. Bem, não tão eterno assim, pois bastou uma ameça maior que Goku surgir para que ele engolisse seu orgulho e se aliasse ao seu grande rival. Piccolo viu a necessidade de tornar-se um companheiro de lutas de seu arqui-inimigo para defender seu planeta, afinal se os Sayajins destruíssem a terra, como ele iria a governar? O problema é que inimigos ainda mais poderosos foram surgindo e com isso sua aliança acabou perdurando e depois de um tempo (quase) se tornou amizade, mas quem pode julgar o vilão solitário por se enebriar com a felicidade de ter companheiros e de ser tratado como um herói?

Assim como no caso do Piccollo, a necessidade por vezes pode fazer um vilão virar companheiro do herói, mas sua continuidade entre os mocinhos ficou mais por conta da conveniência. Como acha que ele deveria ter agido? Será que ele deveria ter mais orgulho de sua vilania? Ou que foi certo sucumbir a vantagem de ter companheiros e a felicidade de ter amigos?

A sua espada está em nome da justiça e sua justiça em nome de...

A sua espada está em nome da justiça e sua justiça em nome de…

Muitos não devem conhecer a espadachim Octavia,de Tears to Tiara, mas ela é uma das principais personagens femininas da série (que tem muitas personagens femininas) e viu toda sua devoção por seu senhor ir abaixo, ao perceber que no lugar da justiça que pregava, seus serviços estavam trazendo mais miséria e causando injustiças. Ao sentir-se traída por aquele em quem acreditava, decidiu se tornar membro do exército de seu inimigo (o protagonista e mocinho da série, por curiosidade também é um tipo de rei demônio meio elfo). Mudar de lado também pode ser encarado como uma traição para com seu reino e isso a incapacitaria de voltar na decisão, muito embora não tenha desejado fazer isso uma vez sequer.

Traição é um dos motivos mais comuns para vilões se tornarem mocinhos, em geral podemos distinguir estes vilões em dois tipos, os que se sentem traídos,  como a Octavia, que em geral são pessoas honradas, e os que traem, esses normalmente são contemplados pelo motivo da conveniência que tratarei mais adiante. Ser traído é um motivo nobre para passar a servir o inimigo de “seu senhor ou comandante”?

As vezes é preciso ver além e seguir um caminho diferente.

As vezes é preciso ver além e seguir um caminho diferente.

Viral, de Tengen Toppa Gurren Lagann, foi um dos principais comandantes e guerreiros dos homens feras contra  humanidade. Por anos caçou e subjugou humanos que se atreveram a dar as caras na superfície do planeta e com isso desafiar os homens feras. Lutou contra os heróis Kamina e Simon em nome do Rei Espiral e amargou a derrota e a morte de seu suberano, mas anos depois, decidiu se por as serviços do antigo herói e agora rei Simon, para enfrentar os terríveis seres anti-espirais. Ele percebeu que não havia diferenças significantes entre os homens feras e humanos e que precisou se unir ao antigo inimigo não por necessidade de salvar aquele planeta que o renegava, mas porque mudou seu ponto de vista, afim de perceber quem são seus verdadeiros inimigos.

Assim como Viral, mudar o ponto de vista é o que fez muitos antigos vilões virarem companheiros dos heróis. Provavelmente o motivo mais nobre para explicar o porque se se “virar a casaca”.

Deixe a vida lhe levar...Vida leva ele...

Deixe a vida lhe levar…
Vida leva ele…

Já o motivo mais escuso e questionável, porém compreensível (parcialmente), para um vilão se bandiar para o lado dos inimigos é a conveniência. “Virar a casaca” e trair os companheiros é algo mais que comum para o divertido Buggy, O Palhaço, de One Piece. Buggy  não tem o menor pudor em mudar de lado contanto que sempre fique do lado que mais lhe convêm. Sem se importar com companheiros, ou subordinados e se agarrando a vida , dando satisfações apenas aquele que lhe interessa, ele mesmo, este pirata continua sua jornada, por fama, glória, vingança e pela sorte de continuar vivo a cada dia.

Buggy é  um exemplo interessante de que até um vilão descarado e sem orgulho pode ser um personagem divertido e interessante e que “virar a casaca” é um recuso que se bem utilizado é muito bem vindo.

Vira-casaca é um recurso que geralmente é usado para lhe fazer com que tenha mais interesse pelo personagem, mas será que independente de  quem seja o personagem, usar este recurso é algo certo? Será que a figura de alguém que mude de lado tão facilmente é algo que deve ser louvado?

Eu acredito que esse assunto retrate algo que em relação a história da humanidade fez certos homens serem vistos como vilões ou heróis dependendo de quem escreveu a versão mais conhecida. E como a história que a maioria conhece é escrita pelos vencedores ou pelos que ficaram no poder, nem sempre dar pra ter certeza quem foram os verdadeiros vilões e/ou mocinhos. Em se tratando de uma história de ficção, é difícil não se interessar por um personagem que “muda de lado”, pois independente dos motivos, essa simples atitude pode o tornar um personagem icônico, seja ele odiado ou adorado após o feito, e por isso é um recurso muito interessante a meu ver.

E você caro leitor, o que acha sobre o personagem “mudar de lado”? Você acha que todos os motivos são válidos em detrimento de uma boa história? Ou certos  motivações não deveriam ser utilizadas mesmo em obras de ficção? Você tem algum outro vilão “vira-casaca” que goste?

Dessa vez o texto foi bem leve, mas a discussão sobre o assunto pode gerar uma reflexão bem mais elaborada sobre um recurso a princípio inofensivo que é usado em diversas narrativas ficcionais. Tendo isso dito, me despeço por aqui e lhes vejo em breve na próxima postagem e em breve também teremos mais uma edição da coluna mais questionadora da blogosfera Animística. Até mais!

A resposta é 42: Respeitar não dói

O tema dessa edição foi escolhido devido a um comentário deixado na última postagem que  possuía um assunto muito próximo deste. Quem nunca formou um pré conceito de algo, que atire a primeira pedra. Este post vale para todos refletirem. Uma pessoa ter pré-conceitos formados ou um preconceito sobre algo não é algo bom, mas nada justifica a falta de respeito que alguns tem por outros devido a um gosto pessoal, respeitar o próximo é um ato necessário a convivência em sociedade e cá entre nós, respeitar alguém não dói nada, faz até bem e pode salvar vidas. Hoje questionarei os leitores se eles andam respeitando os demais fãs de anime ou mangá independentes de seus gostos. Antes de mais nada, devo avisar que este texto pode parecer inadequado a menores de 16 anos.

Aprende-se muito com esta série!

Aprende-se muito com este anime!

Não tem como falar sobre respeito sem antes admitir que todos nós desgostamos de algo e normalmente são muitos “algos”. Respeitar é um ato que precisamos exercitar diariamente afim de convivermos com as pessoas a nossa volta. Por exemplo, mesmo morando no Ceará, uma das capitais do forró, não sou o que podemos chamar de apoiador deste estilo musical (ao menos do que temos hoje em dia), mesmo assim tenho que conviver constantemente com defensores dele e com músicas do mesmo em transportes públicos, locais públicos, na frente da minha caso, no carro de um parente, no quarto ao lado e etc. Imaginem se eu fosse um Michael Douglas em “Um dia de fúria” qualquer… Claro que as vezes me incomoda mais do que o normal e peço para que abaixem o som ou uso alternativas, como escutar uma música diferente com fone de ouvidos, mas se eu não respeitasse o gosto dos ilustres desconhecidos que encontro todo dia, de alguns conhecidos e amigos e até mesmo de parte de meus familiares, nunca poderia viver aqui. Pensando bem, muitas dessas pessoas que convivem comigo devem desgostar ou talvez odiar quando escutam o rock Japonês que tanto defendo, mesmo assim elas, ou pelo menos grande parte delas, simplesmente aceita e segue adiante, porque é assim que cada indivíduo em uma sociedade precisa agir.

Lolis, mal podemos ver seus peit... digo, movimentos.

Lolis, mal podemos ver seus peit… digo, movimentos.

Quando se conhece bem o mundo dos animes e mangás é fácil perceber aquilo que agrada e desagrada não só a você, mas também a grande maioria. Também é fácil perceber que parte dessa maioria costuma se unir para ostentar a bandeira de que seu gosto é o melhor e o resto que se dane. Bem, será que você, meu caro amigo que não respeita o gosto alheio, já parou pra pensar em quantas pessoas não se importam com o que você fala e pior, o quanto pessoas irã passar a desgostar daquilo que tanto venera, porque, ao menos um pouco, você e seu grupo estão denegrindo a imagem disto que gostam ao associar seu movimento prepotente e por vezes preconceituoso.

Qual o problema em haver fãs de lolicon? Não estou aqui para julgar se um fã de lolicon é pedófilo ou não, mesmo porque associações deste tipo são tão preconceituosas quanto dizer que todo bailarino é homossexual, ou que todo porteiro é burro e daí em diante. A questão é, se você respeitar quem gosta de animes e mangás lolicon, vai doer, você pensa que estará apoiando um possível pedófilo se simplesmente respeitar que um cara acha crianças bonitas? Você acha que se ver um anime com crianças com algumas cenas possivelmente provocantes para os fãs de lolicon, você também será como eles? Bem meu caro, garanto-lhe que respeitar um fã de lolicon fará mais bem do que mal a sociedade e que a maioria, se não forem todos, os fãs de lolicon não são do tipo que ficam dando uma de voyer atrás de crianças, temo lhes confessar que a maioria deles se interessa por mulheres jovens e maduras tanto quanto você ou eu, da mesma forma o fã ou a fã de shotacon (versão masculina do lolicon, quando o gosto é por garotinhos pequenos e não garotinhas).

Se você se sentir atraído por essa imagem, temo lhe dizer, mas és normal.

Se você se sentir atraído por essa imagem, temo lhe dizer, mas és normal.

Ecchi é algo que chama atenção por aflorar desejos sexuais nas pessoas, geralmente homens, que o presenciam. Devido a isso, há pessoas que defendam o extermínio do ecchi devido ao mal que causa a sociedade e aos homens normais. O complexo 2D e pessoas se interessando em casar com personagens de animes, mangás ou jogos só pioram a imagem desta categorização. Bem meus caros, o complexo 2D e supostos casamentos de fãs com personagens são adventos de distúrbios mentais causados pela reclusão social e dificuldade de relacionamento das pessoas que possuem esses ditos problemas. Em sumo, o ecchi não é  causa nem o catalizador do problema, na verdade a melhor explicação que já vi do porque de homens e mulheres se interessarem sexualmente por personagens 2D, foi dada na série Genshiken e embora muitos encarem como piada, é uma explicação válida e simples. Você meu caro leitor homem ou minha cara leitora mulher que se interessa por ecchi não é diferente de uma pessoa que se interessa por um hentai, nem de uma pessoa que se interessa por pornô, nem de uma pessoa que se interessa por revistas de mulheres ou homens nus. Em todos esses casos a imagem que você está vendo haje no seu libido através de algo que todos nós temos, a imaginação. O Libido das pessoas é altamente sugestionável e ao imaginar qualquer coisa que lhe faça ter um interesse sexual, ele pode ser ativado, então não existe motivo para se preocupar por se sentir atraído por um personagem qualquer, contanto que não exagere e nem deixe de se relacionar com as pessoas. Assim sendo, parem de tentar julgar os outros e respeitem os gostos sejam eles materiais, intelectuais, sexuais ou o que for, só não vão infringir a lei e forçar seus gostos sobre as outras pessoas.

Homossexualismo não é nenhum monstro de 7 cabeças!

Homossexualidade não é nenhum monstro de 7 cabeças!

Uma dos preconceitos mais idiotas que o pessoal que gosta de anime e mangá tem é o quanto ao estilo Boys Love e Yaoi (São mesma coisa sim, mas depende quem produz). Não gostar de Yaoi e Boys Love não é um problema, eu não gosto! Não gosto da narrativa, da forma como o amor é idealizado e particularmente não me importo com a relação homossexual ali presente, mas admito que não entendo o porque homens prefeririam se relacionar amorosamente com outros homens. Não me intendam mal, não me importo com a relação homossexual, na verdade cada um gosta de quem quiser, só não consigo sentir empatia por esse tipo de relação. Do mesmo modo que sinto estranheza também pelo romance entre mulheres trados nos Yuri. E da mesma forma que eu, muita gente pensa assim, mesmo que não queira demonstrar. Eu não vejo problema com a relação homossexual, só não sinto empatia o bastante pra acompanhar um história sobre romances homossexuais, embora eu respeite e acho que deva haver sim histórias deste tipo, tanto para garotas, quanto para homossexuais mesmo. Eu não preciso gostar de algo, nem ser uma falsa pessoa e dizer que acho legal, mas pensar “só não perto de mim”. Respeitar uma história sobre romances homossexuais e respeitar o homossexualismo (ou homossexualidade, ou homoafetividade se preferirem), não irá me mudar, nem mudar ninguém, mas garanto que esse simples ato faria uma diferença imensa no mundo. Não cabe a este post falar de ideologias, questões teólogas ou filosóficas, nem criar polêmica sobre o assunto Homossexualidade. E pra ninguém dizer que eu esqueci, por favor fujoshis, respeitem também nosso direito de não gostar de Yaoi, ou Boys Love e o fato de que nem toda relação de amizade entre personagens do mesmo sexo seja também amorosa.

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Seus bando de Naruteiro… divirtam-se, só não me venham falar mal de One Piece – Gomu Gomu!

Serei breve nesse tópico, se você não gosta de séries mainstream ao menos respeite quem gosta, se eles gostam, mesmo que você não entenda o porque, respeite eles. Agora meus caros fãs de séries mainstream, sejam mais bem humorados, aceitar brincadeiras com sua série preferida não irão lhe fazer menos fãs, e respeitar quem não gosta dela também não. Não precisamos de cruzadas entre fanboys, pseudo cultos e fã de coisas underground, no mínimo deveríamos nos unir para lutar contra os trolls malignos.

Po fim, a pergunta de hoje é: respeitar o gosto dos outros te faz se sentir mal? Por hoje é só! Semana que tem mais vilões e no final do mês… bem no final do mês falarei de um tabu físico e alquimístico.

A resposta é 42: Como defender seu gosto pessoal?

Depois de muito tempo, estou de volta com esta coluna, em um dia atípico, mas o que importa é que cá estou para trazer-lhes a primeira edição de 2013 de uma das colunas do AP mais estrogonoficamente adorada, pelo menos por este que vos escreve. Hoje a questão é uma das mais  difíceis apresentadas aqui. Afinal, como fazer para defender o gosto pessoal?

Tudo depende do ponto de vista...

Tudo depende do ponto de vista…

Começo o texto com a constatação clara de que ninguém possui o mesmo gosto em tudo. Por mais parecido que seja seu gosto com o de outra pessoa, sempre há pequenas diferenças, além disso, cada pessoa tem seu próprios motivos para gostar de algo e por isso tudo depende do ponto de vista pessoal de cada um. Utilizando a ideia da imagem acima, para alguns o Kyuubei (essa criaturinha estranha) é o grande vilão de Madoka Magica, ma para outros ele apenas estava fazendo o que era preciso para cumprir sua missão e manter seu povo vivo. Um outro exemplo interessante é One Piece, se por um lado ele é provavelmente o quadrinho nipônico mais adorado da atualidade, por outro lado, há muitas pessoas que o criticam. Por isso, não importa o quão boa você acha que uma série é, ela depende do gosto pessoal de cada um dos que a conhece para ser ou não famosa.

Kokuriko zaka kara é o melhor longa de animação de 2012... para mim.

Kokuriko zaka kara é o melhor longa de animação de 2012.

Recentemente saiu a lista de longas de animação que irão concorrer ao oscar de melhor animação este ano e dentre os escolhidos não constava aquele que eu considero o filme que mais merecia este prêmio e parte de mim ficou extremamente frustada, afinal como eles não selecionaram este filme. Vi todos os selecionados e nem de perto eles são superiores a Kokuriko zaka kara, mesmo assim ele não foi escolhido. Do meu ponto de vista a escolha foi injusta, mas nesse caso não é meu ponto de vista que conta e embora hoje eu não me importe mais com isso, penso que se pudesse ter defendido o filme perante os especialistas da academia de cinema hollywoodiana, talvez tivesse garantido ao menos a posição entre os selecionados para este filme. Ao menos é isso que imagino, mas como faria para defender esta minha opinião? Eles também viram o filme, ao menos acho que tenham visto já que ele se encontrava na pré-lista, e mesmo assim eles não consideraram bom o bastante para está ali, ou será que há outros motivos para isto? Nunca saberei ao certo, no entanto se a primeira opção for a correta, como poderia mudar a opinião destas pessoas, pois minha base de argumentação é a mesma que eles teriam para contra-argumentar.

Um dos melhores animes que vi.

Um dos melhores animes que vi.

Code Geass, embora tenha seus pontos altos e baixos, é uma das minha séries preferidas, inclusive sendo a segunda temporada um dos animes que possuem nota máxima em minha lista no My Anime List , mesmo assim a grande maioria dos meus amigos mais próximos não tem esse mesmo gosto por esse anime. Por um lado há aqueles que o criticam por sua semelhança a Gundam Seed, por outro há aqueles que gostam, mas não tanto assim, ainda há aqueles que simplesmente desgostam por haver mechas e aqueles que não gostam de séries militares. Diferente do Kokuriko zaka kara, não mais argumento se ele é ou não um anime que merece a nota máxima e estes meus amigos, mesmo rebatendo meus antigos argumentos, com o tempo passaram a entender o porque de eu gostar tanto desse anime. Hoje, não mais tenho tanta vontade de me meter em uma discussão para defender essa obra, por que? Meu gosto pessoal não mudou, então talvez eu esteja cansado? Talvez eu tenha desistido? Ou talvez eu não tenha aceitado que as pessoas devem decidir por si só se o anime é bom ou não e cabe a mim apenas apresentá-los a série? Bem a última hipótese é uma das bases deste blog, como alguns já devem ter percebido, mas não parei de defender meu gosto por Code Geass, tanto que em meu post sobre o anime Code Geass a parte relacionada a minha opinião pessoal tem seis parágrafos, enquanto que na maioria das séries neste blog apresentadas, nesta parte opinativa, não possui mais que um parágrafo.

Moshidora é um dos melhores animes de 2011

Moshidora é um dos melhores animes de 2011

Uma das séries que mais defendi em 2011 e que menos pessoas concordaram comigo foi Moshidora. Em meu post, escrito no mesmo dia em que a série foi encerrada e lançado um dia após isto, revelo que chorei ao ver este anime, uma reação que quase nenhum outro espectador do mesmo teve, no entanto este ato é um dos meus principais argumentos ao defender o porque gostei tanto assim da obra. Diferente de Code Geass e  Kokuriko zaka kara, tenho quase nenhum aliado conhecido na defesa deste anime, mesmo assim o defendi mais que os outros, provavelmente por ter mais pessoas que quisesse convencer.

Até aqui não falei diretamente sobre o tema, ao menos imagino que alguns dos leitores assim pensarão, mas na verdade o como defender seu gosto pessoal, varia muito de pessoas para pessoas. As ferramentas que se utiliza para uma boa defesa são importantes, alguns usam argumentos técnicos e históricos, outros falam que o que importa é o sentimento, já eu sou um cara que utiliza o misto de ambos, no entanto hoje não apresentei a história dos animes que citei, nem falei sobre detalhes técnicos e não aprofundei meus sentimentos sobre cada um, porém as poucas palavras que teci sobre cada série foram usadas para mostrar que o mais importante ao defender meu gosto pessoal é motivo.

Ao menos penso que o mais importante é acreditar naquilo que defendo, ter um motivo para defender e mostrar que essa motivação nunca será vencida. Não acho que você deve ser cabeça dura, apenas que só vale a pena defender algo em que acredita profundamente. Em resumo, eu defendo meu gosto pessoal mostrando que  há um motivo real para gostar daquilo, independente de fatores externos. Existe um motivo para eu gostar de tudo que gosto e não simplesmente “gosto por que é bom e pronto”.

Como sempre o texto ficou confuso, mas creio que os leitores entenderão a mensagem principal e espero que me respondam como vocês defendem seus gostos pessoais e porque? Com isso me despeço e certamente farei o possível para questioná-los sobre a resposta fundamental e outros assuntos no dia correto da próxima vez. Até mais!

A resposta é 42: Como se escolhe uma série de anime para assistir?

Olá caros leitores não pensem que estou atrasado, pois a partir desta semana a coluna mais polêmica e questionadora do universo tem novo dia para seu lançamento, ou seja, todo sábado (sempre que possível) vocês terão um novo texto da coluna “A resposta é 42”. Antes de começar a falar sobre a edição desta semana, quero avisar que somente ano que vem teremos novas postagens sobre Vilões, Pokemon e Censura, que são temas abordados anteriormente e que havia prometido continuar.

Deixando tudo isso de lado, essa semana me inspirei na última postagem onde falo de novos animes confirmados e cá estou para comentar pela primeira vez a temporada de Inverno de 2013, pois eu confio que o mundo não pode acabar logo no dia de aniversário deste blog, e como o objetivo desta coluna é apresentar novos questionamentos, aproveitei a nova temporada para fazer aquela pergunta que quase ninguém sabe me responder direito: Como se faz pra escolher uma nova série de anime? Um dilema que nos atinge a cada nova temporada, embora esse “nos” não se aplique muito a mim já que assisto tudo antes de escolher, ainda assim tenho meus motivos para escolher certos animes caso um dia meu tempo livre se torne ainda menor do que já é e serão 6 desses motivos que enunciarei neste texto.

Eu escolho esse aqui!

Eu escolho esse aqui!

Escolher um novo anime para ver não é um tarefa tão fácil assim se você não tem tanto tempo livre para ficar experimentando. Assim sendo, muitos procuram reviews, ou notas e outros textos que lhe ajudem a escolher um bom novo anime, mas o problema disso é que há uma limitação muito grande das obras que lhe serão indicadas e que estejam de acordo com seu gosto pessoal. Fora isso, para aqueles que sempre acompanham as novas temporadas, a cada trimestre existe uma gama de novas séries para diversos gostos, então como fazer para escolher um série realmente boa diante de tamanha diversidade e baseado em critérios pessoais que se adequem mais a seu gosto? Não há como julgar se uma série vai ser boa antes de assisti-la, mas um fã de fato sempre tem aqueles seus critérios que geram o menor prejuízo possível de tempo ao escolher séries que provavelmente irá gostar. Hoje apresentarei 6 critérios que uso e peço que pensem e repensem quais são seus critérios e caso ache interessante usar um dos critérios que apresentarei abaixo, fico lisonjeado.

1º – Estúdio 

O primeiro critério que citarei é o Estúdio de Animação que está encarregado da série. Em geral mais de um estúdio está associado a um anime, mas há sempre aquele estúdio principal que cuida da maior parte da produção e em muitos casos um bom estúdio é sinal de um bom anime, ao menos quando aparentemente a ideia do anime é similar as produções anteriores desse estúdio. Esse critério não é tão relevante para aqueles que não acompanham muito a indústria, mas quem conhece ao menos um pouco do estúdio sabe no que ele é bom e aposta sempre em algo que pareça valer a pena. Um exemplo atual são as séries de comédia colegial do estúdio Kyoto Animation, em quase 100% dos casos, sai algo excelente e na maioria das vezes, muito acima da média deste tipo de produção e digo isso baseado não somente em gosto pessoal mais no grande sucesso alcançado pelas séries deste estúdio.

2º – O Character Design me agradou

O que seria do sucesso das animações e dos quadrinhos sem o visual de seus personagens? Esse critério pode ser considerado o mais descartável, pois não está diretamente ligado ao artista em si, mas a seu gosto pessoal e não venham me dizer que nunca escolheram uma animação, um quadrinho, ou um filme devido a uma imagem. Hoje em dia não uso tanto esse critério, principalmente por causa dos demais que me garantem uma precisão melhor na hora da escolha, mas admito que já vi muito anime porque achei as imagens de divulgação bacanas e sei que muita gente ainda faz isso, afinal, quem nunca ficou com vontade de ver um filme por causa de um pôster?

3º – Continuação de uma série que gostei

Em geral, uma boa série gera uma boa continuação, mas nem sempre isso é verdade, às vezes a mudança do estúdio afeta o anime ou a história decai com o tempo, por isso não dar pra garantir que uma continuação será boa, mas ser uma continuação de um anime que gostou já é um motivo mais que plausível para você escolher essa nova animação.

4º – Tema

Há certos temas que gosto tanto, que as vezes passo por cima dos outros critérios e vejo o anime mesmo sem saber previamente nada além de sua temática. Séries espaciais, histórias de detetive, fantasia medieval e sci-fi são quatro temas que me agradam ao ponto de ignorar muitas vezes certas premissas que indicam problemas em um anime e por isso já perdi algum tempo com animes ruins relacionados a essas temáticas, mesmo assim esse é um daqueles critérios de escolha, tal como o Character Design, que é bastante pessoal e queiram ou não, você sempre vai atrás das séries com as temáticas que lhes agradam, não é mesmo?

5º – Premissa

O elemento que mais é julgado em qualquer mídia que conte uma história é a própria história em si e um boa premissa pode ser o bastante para que um anime seja escolhido. Apesar de muitos defenderem as histórias de seus animes favoritos, uma boa premissa não é algo tão simples de se encontrar, pois muitas das premissas de animes e mangás são muito mais estranhas do que realmente boas e quando um anime com uma premissa que acho interessante aparece, me sinto no dever de ao menos conferir o início deste.

6º – A opinião dos amigos

Um bom amigo sempre quer que o outro saia bem na foto...

Um bom amigo sempre quer que o outro saia bem na foto…

E por último é sempre bom contar com a opinião de um bom amigo que conhece seu gosto. Muitos dos melhores animes que conheci foi devido a indicação de amigos e fico feliz por já ter indicado bons animes a muitos de meus amigos. Nenhum especialista é melhor do que um amigo na hora de lhe dar um conselho, por isso confie mais nos seus amigos, porém cuidado, porque um bom amigo uma hora ou outra sempre acaba querendo lhe pregar uma peça.

Então, o que vocês pensam sobre o assunto? O que mais lhe importa ao escolher um novo anime? Como você emprega seu conhecimento na escolha de uma nova boa série? E que tipo de anime você já indicou a um amigo só pra zoar?

Fico por aqui e sábado que vem tem mais perguntas e mais idéias, no entanto antes de me despedir peço que me ajudem a fazer uma coluna cada vez melhor sugerindo temas a serem retratados aqui, pois escolher o tema da semana é a parte mais difícil de todos as postagens! Até mais!

A resposta é 42: Se eu gosto é bom!

Olá caros leitores! Sei que ando meio sumido, mas sabe como é?! Vida pessoal é complicado! Hoje mesmo eu não pretendia escrever nenhuma postagem, mas já que sobrou um tempo na madrugada (O meu dia só começa quando eu acordo? E o seu?) , porque não? A postagem de hoje será mais curta que o de costume (eu acho) e ela inicialmente falaria sobre animes ruins que gostamos, mas ao pensar bem, não faz sentido isso, afinal se eu gosto é bom! Sem mais delongas vamos a mais um texto questionável da coluna “A resposta é 42”!

Eu ainda gosto de Pokemon… e ainda não consigo encontrar a $%¨&* de Pikachu no jogo do GBA….

Sim, eu sei que é fácil capturar um Pikachu, mas eu não consigo encontrar um… Deixando isso de lado, vocês já se perguntaram o porque aquele anime que você gosta recebe crítica negativa de um monte de gente? Bem, sempre há bons motivos e as vezes você até sabe quais são e concorda, mas tem outras coisas ali que te fazem gostar do anime, ou simplesmente você não entende porque, mas gosta. Embora o foco aqui sejam animes, isso vale para qualquer mídia, seja animação, filme, quadrinho, jogo e até música. Então se existe uma coisa que você gosta, mas todo mundo fala mal o que você faz? Resposta E: Esconde de todo mundo que gosta daquilo por medo de ser julgado! Resposta C: Não tem problema em falar que gosta, mas costuma não citar o assunto para evitar discussões desagradáveis! Ou resposta J: Fala pra todo mundo, e que dane-se o que os outros pensam!

Fairy Tail seria um ótimo shoujo, mas mesmo shounen eu gosto.

Eu particularmente costumo ser discreto e embora eu não tenha problema em falar que gosto de algo, prefiro não entrar em discussões sobre o assunto para não ficar chateado. Sendo bem sincero, as vezes, eu mesmo brinco com pessoas que gostam de certos animes que ninguém mais suporta, mas eu respeito a pessoa (Até mesmo quem gosta de Kanon). Agora a questão é: Existe uma forma de medir se algo é bom ou não? Em geral eu particularmente acho que tudo de que gosto é bom, mesmo que só para mim e como costumo ver muito mais animes que a maioria das pessoas, eu sei que meu gosto pra certo anime sempre vai desagradar um ou outro público, mas será que eu que estou errado em falar que aquilo é bom? Existe também o caso contrário, em que muita gente acha bom e eu acho ruim, então eu tenho que aceitar que aquilo é bom, mesmo que eu não goste?

Vou exemplificar com alguns casos que dividem opinião de muitos. Eu particularmente sou um cara meio-a-meio com relação a mechas. Para mim Tengen Toppa Gurren Lagann é a melhor série de mechas de todos (todos todos) os tempos, enquanto que eu só gosto muito de uma série de Gundam que é o Gundam 00, inclusive sou do time que defende que “Code Geass >> Gundam Seed” (Entendedores, entenderão, mas pra quem não entender, eu quero dizer que Code Geass é superior a Gundam Seed). Por outro lado, mesmo sendo um grande fã de shounens de batatlha, desgosto de Saint Seiya, detesto Naruto e eu acho Hokuto no Ken chato pra ca… muito chato.

Entendedores de história do Japão tem motivos para gostar desse anime… eu gosto!

Agora me digam, só por causa do que escrevi no parágrafo acima, eu tenho um gosto ruim? O fato de eu conhecer mais animes que muita gente não me faz um cara com gosto bom, mas o fato de eu gostar de muita coisa que muita gente não gosta, mesmo que maioria das pessoas concordem que os animes que acho muito bons, são realmente muito bons, me faz um cara com gosto duvidoso? O fato de eu gostar de Reborn me faz um cara sem credibilidade? O fato de eu  ter visto 100% dos filmes lançados pelo Studio Ghibli e só não gostar muito de Gedo Senki influi na qualidade das minhas críticas? Eu mesmo vou responder essas quatro perguntas: Não,Não, Não (O Luklukas do ChuNan responderia “Sim” para essa, eu acho) e Não.

Ter visto muito anime, ou ter visto pouco anime, ter lido muito mangá, ou ter lido pouco mangá não significa nada quando a questão é definir se algo é bom ou não. Você pode definir se uma pessoa está fazendo algo certo ou errado! Mas não pode decidir se algo é bom ou ruim universalmente pelo seu próprio gosto.  Então não importa se alguém gosta de Saint Seiya, Naruto, Reborn, Hokuto no Ken, Captain Tsubasa, Seikon no Qwaser, Ikkitousen, Kodomo no Jikan (sim, até mesmo Kodomo no Jikan), Avenger (Eu respeito quem gosta do anime Avenger, só não confio muito na opinião dessa pessoa) e etc, porque cada um tem seu gosto, você gostando ou não disso.

Só quem gosta de YuruYuri sabe como a série é boa.

Não me entendam mal, não estou aqui para pagar de revoltado ou coisa do tipo, só acho que vale a pena levantar esse questionamento, pois hoje em dia o que mais vejo por aí é pessoas rotulando animações, filmes, quadrinhos e etc. Quando é levado na brincadeira, acho que não tem problema, afinal eu defendo plenamente que o mundo seria muito melhor se todo mundo fosse bem humorado. Agora tem muita gente que forma a opinião de uma pessoa contra algo, sem nem dar a chance daquela pessoa conhecer o lado de quem pensa diferente e isso devido a esse rótulo de que algo é bom ou não. Se hoje em dia você sabe que popularidade não é necessariamente igual a qualidade é porque você teve a coragem de ver algo que não era tão popular e que gostou. Muita gente nem percebe que ao fazer aqueles textos na internet ou aqueles áudios com títulos “É ruim mais eu gosto” ou ” Todo mundo gosta menos eu” está propagando a imagem de que algo que você acha bom é ruim, e de que algo que você acha ruim é bom. Se você gosta ou não, pode dizer que gosta ou desgosta! Qual o problema? Não quero que nenhuma fujoshi venha me dizer que eu tenho preconceito porque não gosto de Yaoi (tem um que eu vi e achei bonzinho, mas esqueci o nome), nem que um fanboy de Tokusatsu venha me xingar, porque fora Changeman, Dekaranger e o primeiro Power Ranger (não vi Zyuranger), eu acho todos os outros sentais chatos (mas as músicas de muitos deles são maneiras, GoGo V e Abaranger que o diga). Não me venha dizer que Naruto está maneiro e eu que tenho mente fechada, eu não gosto e daí. Sim eu gosto de Fairy Tail, gosto de One Piece, gosto de Freezing, não gosto de Seikon no Qwaser, não compreendo como alguém pode gostar de Kodomo no Jikan, nem de Black Rock Shooter e nem de Star Driver, mas posso garantir que eu respeito o gosto de qualquer um, por isso quero que vocês respeitem o meu e mais do que isso, que respeitem o seu próprio gosto, porque se você gosta é bom e se você não gosta é ruim.

Bem, terminando mais esse texto inflamado e pseudo polêmico (“pseudo”), gostaria de perguntar só um coisa, vocês são do tipo que acham que algo é bom, mesmo que você não goste, ou que só é bom se você gostar? Minha resposta já foi esclarecida no texto, agora fico no aguardo da sua e me despeço com votos de um bom fim de novembro e com a lembrança de que mês que vem tem aniversário do AP, então pelo menos eu devo está com posts aqui quase todo dia a partir deste sábado.

A resposta é 42: O lado sombrio do heroísmo

Olá galerinha do MAL (um doce pra quem entender a piada) é chegada a hora da coluna mais questionadora das interwebs otaku, também conhecida por muitos como “aquele bando de blogueiros que falam de desenho animado e história em quadrinhos japonesas”. Cá estou hoje meio chateado com o fato de que a Disney ainda não se pronunciou sobre um novo Howard The Duck depois de ter comprado a Lucasfilm, nem para dizer que jamais faria isso. E hoje inspirado por um revisada na minha pequena lista de animes assistidos por completo, decidi relembrar um tipo de super herói que apareceu algumas vezes em animações e quadrinhos japoneses. Heróis, ou melhor, anti-heróis que lutam contra o mal por serem os únicos capazes disso em seus mundos, o lado sombrio do animes e mangás de heróis é o assunto da pequena edição desta semana da coluna A resposta é 42.

As ataduras deram um ar legal, mas acho que ficou sombrio demais para um herói… acho melhor se tornar um grande vilão que quer dominar todo o Japão, que tal?

A maioria das pessoas veem heróis como aqueles que escolheram viver um vida de provações pelo bem de outras ou por motivos pessoais, como vingança, que o levaram a perseguir aquele caminho, mas nem sempre um herói surge do desejo daquele que veste a máscara e por lutar em prol de uma verdade maior, ou por um mundo melhor, as vezes super seres passam a ser assim pelo acaso e com isso tem apenas dois caminhos, o da vilania ou do heroísmo e escolhido um lado talvez nunca seja possível voltar atrás. Claro que só conheço pessoas assim na ficção, mas heróis como esses sempre são interessantes, seja por serem diferentes ou por serem pessoas com as quais sempre nos surpreendemos.

Vingança e mistério o tornaram um assassino e um herói.

Skullman é um personagem que saiu de um quadrinho japonês concebido pelo mangaka e pai do Tokusatsu, Shoutaro Ishinomori, que foi readaptado para um novo mangá por Shinamoto Kazuhiko e posteriormente para uma série animada produzida pelo estúdio Bones. Na história, este Skullman não é tido como um herói, mas como um emissário da morte, no entanto ele é um caçador implacável que foi mudado pelo assassinato de sua família e que ganhou poder bastante para derrotar criaturas monstruosas e humanoides ao descobrir uma máscara que o transformou e que se tornou sua maior arma em prol de sua vingança, mas que também se tornou seu maior martírio. Vivendo em uma luta interminável contra o mundo e principalmente contra si mesmo, o herói misterioso continua em sua vida dupla, uma vida sem escolhas e sem escapatória.

O herói foi uma das grandes inspirações de muitas obras posteriores de Ishinomori e até para seus tokusatsus, embora nunca tenha estrelado um, a não ser pelo especial tido como episódio 0 da série animada, série essa que fez o herói se tornar conhecido por toda uma geração de novos fãs que se dividiu entre os acalorados entusiastas de tokusatsus mais maduros e os adoradores de animes mais sombrios.

Herói ou Ameaça?

Embora sua adaptação animada concebida neste ano tenha recebido sérias criticas, um dos heróis sombrios mais famosos dos mangás modernos, idealizado pelo genial Masakazu Katsura, atende pela alcunha de Zetman. A história de Jin Kanzaki o tornou predestinado para um futuro caótico desde sua concepção em um laboratório. Criado como uma arma letal contra as criaturas chamadas “players” que no passado divertiam a ricaços em batalhas sangrentas umas contra as outras, controladas por humanos inescrupulosos, mas que se rebelaram e fugiram para o mundo exterior ao local onde viviam. Quando criança Jin era apenas um garoto mais forte do que humanos comuns e que tinha uma estranha cicatriz em sua mão chamada de “marca do anjo”,  tida assim por se assemelhar a uma aréola, mas ao fim de sua adolescência, ao descobrir a verdade sobre sua natureza, inevitavelmente se tornou o aterrorizante Zetman e escolheu ser um herói de um novo mundo caótico em que os players são a maior ameaça e cuja única pessoa com o força o bastante para ajudá-lo é seu amigo de infância fanático por super-heróis, que com a ajuda da tecnologia tornou a se próprio um combatente da justiça, mas que tem um senso desta completamente diferente da justiça reconhecida por Jin.

Zetman é uma das obras de heróis mais sombrias e controversas dos tempos atuais e que segue um caminho completamente diferente dos clássicos heróis de comics e dos heroicos guerreiros dos tokusatsus. A inspiração que o criou está sim ligada a estas histórias, mas o caminho que seguiu é muito diferente.

Um delinquente e um alien…

Por último, um dos heróis menos conhecidos pelos ocidentais que ganhou seu espaço em meio a mangás e animes atende pela alcunha de Hakaima Sadamitsu, ou, como é conhecido no ocidente, Sadamitsu, O Destuidor. A história foi concebida pelo mangaka Masahiko Nakahira e foi posteriormente adaptada para anime pelo Studio Deen. Dessa vez temos o jovem delinquente Tsubaki Sadamitsu que ao tentar livrar um amigo de um grupo de mafiosos se depara com a cabeça de um androide alienígena que estava caçando um outro alien criminoso, mas que acabou sendo quase que completamente destruído. O androide oferece a chance de tornar Sadamitsu forte o bastante para vencer qualquer um dos seus adversários, mas em troca ele terá que emprestar o seu corpo ao alien para que este cumpra sua missão. Embora contra vontade, ao longo da história Sadamitsu percebe que é o único não apenas capaz de lutar contra os aliens malignos, mas de salvar seu mundo e se ver com a escolha de deixar todos aqueles que conhece morrerem ou de enfrentar batalhas difíceis que ele não poderá perder, senão tudo que conhece deixará de existir.

Sadamitsu tem um roteiro que não é muito diferente da história de outros heróis famosos, mas que leva o protagonista a um ponto em que tem apenas duas escolhas: lutar ou morrer. A história mistura sci-fi e vivência escolar (pouca, pois como eu disse o protagonista é um delinquente)  e segue a risca as famosas jornadas do herói, mas por um lado muito menos bonito e heroico que as obras mais conhecidas com esta fórmula.

Tentei aqui apresentar três obras que conheço e as quais gosto muito, mas heróis sombrios são muito mais do que só estes, embora ainda sejam uma minoria. E você, conhecem algum herói sombrio? Se você recebesse um incrível poder em meio a um mundo de caos, o que faria? E qual o tipo de herói que mais gosta, os mascarados que lutam nas sombras sem receber qualquer reconhecimento, ou os de cara limpa que  convivem com a ameaça e o brilhos dos holofotes?

Bem, essa foi a coluna A resposta é 42 dessa semana, aguardo a todos na próxima edição com a volta de um tema bastante popular por aqui, os vilões.

A resposta é 42: Cinco gargalharam, mas só haviam 4 naquele lugar…

O que é preciso para algum anime ou mangá lhe causar medo ou tensão? Essa pergunta será o tema de hoje. Como é Halloween pensei em um bom assunto associado para a coluna e ao perceber que existem poucas séries de anime e mangá que me causaram tensão e que nenhuma me causou medo real, então fiquei pensando como faria para tratar deste assunto aqui, por isso decidi retratar os elementos que considero necessários para uma boa história de terror e também questionar o que os leitores pensam sobre o assunto.

Uma imagem bonita para começar este texto.

Quando era criança eu não conseguia ver filmes de terror, porque sentia um medo descontrolado, uma das lembranças que hoje tenho como algo muito triste, foi que eu não vi Jurassic Park todo nos cinemas, porque após ver o primeiro dinossauro comecei a chorar e pedi para sair dali. Também lembro que senti medo inclusive dos ossos dos dinossauros que se mexiam no filme dos Power Rangers (vergonhoso eu sei) e filmes como Colheita Maldita e o Brinquedo Assassino que viviam passando na tv eram aterradores e o circo dos horrores me fazia ter pesadelos terríveis, porém desde o início da minha adolescência, aos 12 anos mais ou menos, com o incentivo de um episódio de Doug e com um técnica, que é baseada no Freddy Krueger, nunca mais tive pesadelos. Daí então passei a ser um daqueles fãs de filme de terror que enquanto todo mundo está tendo pavor dos filmes eu fico rindo dos defeitos. Ainda há filmes de espírito malignos que fazem minha espinha gelar, muito embora eu goste de vê-los mesmo assim, mas não tenho mais medos de filmes de monstros, dinossauros, aliens e eu acho qualquer Slash Movie trash (que me perdoem os fãs e filme trash não quer dizer necessariamente ruim). Então quando tive acesso a quadrinhos de terror e a animações deste gênero não tinha aquela tensão que se sente antes mesmo de começar a ver aquela mídia e isso me fez achar muito legal séries de terror principalmente pelo lado gore e pelo suspense, mas nunca tive medo delas, nem mesmo do mangá mais macabro do Junji Itou.

Uzumaki

Não ter medo não significa que não sinto tensão em certas horas, e uma das obras que mais me fez tensão dentre as não muitas que li foi Uzumaki. Acho relativamente engraçado alguns amigos terem muito medo da obra a medida que a seguem, mas entendo que a série vai ficando cada vez mais aterradora e ela tem uma coisa que muito me agrada em obras de terror, aliás as obras de terror que ainda me causam medo ou tensão tem que ter este detalhe. O desespero, não por causa do medo do que está acontecendo, mas porque no fim deste túnel não existe a tal da luz… E aí vem o primeiro ponto que acho essencial e que muitos animes e mangás de terror ferem, não haver uma saída.

O verdadeiro terror em minha concepção não lhe dar saídas, a sobrevivência de um personagem é advento apenas da casualidade no final das contas e quando ela não existe, o fim é o fim. Nesse sentido Uzumaki mostra o tempo todo que não adianta lutar contra o que acontece. Minha intenção não é contar spoilers da série, por isso não posso dizer o que a casualidade representa na obra, mas que se você é do tipo que sente medo de histórias de terror… bem é um mangá e tanto que deve ser conferido.

Cena de lanchinho em Blood C

Um ponto interessante que muitos costumam criticar hoje no cinema é que não se deve nunca mostrar o monstro antes do fim, mas sabe que um bom monstro ainda causa uma tensão terrível e poucas obras fizeram monstros parecerem tão aterradores quanto Blood C. Aqui informo o segundo ponto que é necessário se usar para causar medo, o monstro não tem que parecer assustador, ele tem que mostrar que é assustador e que não vai lhe deixar escapar. Existem dois tipos de monstros, os que tem apenas aparência monstruosa, mas que não tem a intenção de causar o terror e aqueles que comem pessoas. O primeiro tipo de monstros funciona como criatura mal compreendida e ao tentar compreender ele sempre se resolve o problema sem muitas mortes adicionais, já o segundo tipo pode ser assustador ou não, para tal existe uma solução muito simples, monstro assustador é aquele que mata, você ver ele matando e ainda ver ele comendo. Sei que nesse ponto muitos me criticarão, mas como sempre, deixo claro que aqui recaem minhas opiniões e se você pensa diferente peço que comente, porque gosto de ver outras opiniões, mas voltando ao assunto, para os que ainda não entenderam, um monstro aterrador necessita de gore, porque eles não são como espíritos malignos, eles comem pessoas.

Espíritos de anime não assustam

Japoneses são muito bons em fazer filmes de terror com espíritos assassinos e outros que nem isso são. Como já citei, ainda tem filmes de espírito que me assustam (e não são poucos), mas nunca um mangá ou anime de terror com espíritos me assustou, ou me fez ficar se quer tenso. Em parte porque é difícil colocar um terror que depende muito do ambiente e do som em um mangá ou até em um anime, mas a única obra que chegaste perto desta competência foi o excelente Ayakashi Japanese horror stories. Em geral os espíritos dos animes e mangás de terror nunca são completamente maus e os que são em geral parecem caricaturas. Acho que um boa história de espírito é parecida com um bom filme de monstro que nunca aparece, mas um fantasma só causa medo em quem acredita neles talvez e é difícil passar toda essa credibilidade em um anime, mas em um mangá acho que há como. Recentemente, graças a meus amigos Luklucas do Chuva de Nanquim e JudeuAteu do Mangás Underground tive a oportunidade de conhecer um tipo de quadrinho coreano feito para internet e que se adapta muito bem a dispositivos móveis, que usado para contar tais histórias poderiam gerar medo em muitos leitores e com isso uma admiração dos mesmos. O Luk, em uma tentativa que não deu muito certo de me assustar (funcionou com um certo blogueiro famoso), me mostrou uma obra de terror interessante feita nesta mídia. Se você, meu caro leitor, se considera capaz de aguentar grandes sustos leiam esse capítulo da obra supracitada, mas tenha em mente que não me responsabilizo por qualquer pesadelo ou ataque de pânico que possam ter e quem for mais corajoso veja a versão em coreano deste quadrinho que tem um som acompanhando.

Berserk e seus cenários calmos e deslumbrantes

O penúltimo ponto que acho essencial para um bom terror é a ambientação e felizmente nesse ponto há muitas série que se saem bem, embora poucas sejam aquelas que aliam isto ao que falei acima e ao ponto que tratarei por fim, mesmo assim existe pelo menos uma obra em mangá que me deixa tenso, não me assusta porque não é nem esse o objetivo da obra, mas a ambientação e o designer dos monstros são aterradores e se trazidos para uma possível realidade de filme ou animação vão causar frio na espinha até dos mais céticos, trata-se de obra Berserk. Eu diria que o senhor Kentaro Miura, quando não está jogando idolmaster, é um dos poucos autores no mundo que conseguem desenhar as criaturas inomináveis que Lovecraft cita em sua obra. Viver no mundo de Berserk por si só já parece assustador e quando se conhece a face sobrenatural dele é melhor que tenha um dos progonistas do mangá do lado.

Por fim algo que considero completamente necessário é a originalidade, que me desculpem alguns críticos de histórias de terror, mas não existe fórmula para se fazer uma boa história deste tipo e quem insiste em usar elementos clássicos como essência de uma obra nova, não deve esperar que muitos se assustem com isso. Não estou dizendo que uma obra de terror não pode ser revisitada, pelo contrário, o que quero dizer é que cada história de terror é única e se eu já conheci uma história de terror e senti ao menos um pouco de medo, nenhuma outra história que use o mesmo enredo vai me fazer sentir aquele mesmo pavor. Sejam criativos, ainda existem muitas formas de causar medo numa pessoa com a ficção.

Por fim quero que me digam que elemento acham que eu não coloquei aqui e que também é necessário para um anime ou mangá se tornar uma boa obra de terror? Vale ressaltar que tudo aqui considera ficções não a realidade, então o que causa medo em vocês nas ficções? Algum anime ou mangá já te fez ficar com medo?

Vou ficar por aqui, desejo a todos um bom Halloween e semana que vem volto com mais algumas perguntas interessantes que ainda não se encaixaram muito bem com a resposta fundamental, mas que merecem reflexão.

 

A resposta é 42: Porque ver o anime se já li o mangá?

Já vi muita gente questionar o que é melhor: Anime ou Mangá? Não tem muito como comparar já que se tratam de duas mídias completamente diferentes e por isso mesmo eu fico um tanto chateado quando alguém desmerece um anime em detrimento do mangá em que esse foi inspirado. Existem diversos fatores que dificultam a adaptação de uma obra, mas existem tantas coisas legais que o anime agreda aquela história contada no mangá que, mesmo já tendo lido a obra toda, vibro toda a vez que sei que aquele quadrinho que eu gosto vai ser adaptado para uma animação e, assim sendo, acompanho ambos sempre que posso. Hoje na coluna “A reposta é 42” tentarei apresentar alguns dos motivos que me fazem querer sempre acompanhar a mesma história nas duas mídias.

Full Metal Alchemist Brotherhood, inconstestavelmente uma das melhores adaptações de mangá para anime já feitas.

Muita gente quando compara um anime a um mangá lembra-se apenas da arte e da história, mas uma animação possui vários elementos que não podem ser comparados ao quadrinho em que foi inspirada, mesmo assim várias pessoas insistem em não considerar estes elementos e dizem coisas como “se é uma boa história tanto faz como seja o resto” ou “pra mim o que mais importa é a arte”, mas estas mesmas pessoas criticam filmes como os novos de Berserk ou séries como Kingdom, dizendo que a arte e a animação são feios, há aqueles que ainda falam como a trilha sonora é ruim e deixam de ver a obra, mesmo gostando da história. Então meus caros amigos, não me venham com falsas declarações de que a arte e a história são as únicas coisas que importam em uma animação, porque não são!

Personagens de Yamato ainda na prancheta…

O primeiro elemento sobre o qual irei falar é o character design e como já tratei mais especificamente do assunto em outro texto (clique aqui para lê-lo) irei apenas explicar a diferença disto para o designer padrão de mangás. Basicamente para animação o design do personagem tem que ser feito pensando em como será feita a animação do personagem, logo certos detalhes a mais são adicionados para gerar uma credibilidade maior no movimento dos personagens, em muitos casos essa necessidade torna o visual do personagem no anime um pouco inferior ao do mangá, muito embora haja casos, como por exemplo Saint Seiya e Soul Eater, em que ocorre o contrário. Esse não é um elemento determinante para fazer você pensar como o anime é interessante, mas um character design mal feito é facilmente perceptível e quando ele é muito menos bonito que o do mangá, por exemplo em Zetman, incomoda o fã e quando ele mais bem feito, como no já citado Saint Seiya, dar uma credibilidade maior para o anime.

Animação boa para tv também existe – Clique na imagem e veja um exemplo.

Um ponto que muitos adoram, mas poucos elogiam é a animação em si, é imensamente diferente a sensação de se ver uma luta, de se ver um personagem tocando um instrumento, de se ver uma dança, de ser uma piada dentre outras situações em um mangá e em um anime. No mangá, por mais que haja efeitos que simbolizem a movimentação, muito deste trabalho que complementa o desenho é feito pela imaginação de quem lê, enquanto que no anime você está vendo claramente como é esse movimento, mesmo na série menos animada. Vale lembrar que animar é caro e por isso séries de tv tendem a ser bem menos animadas que filmes, principalmente as com mais episódios (para se compensar isso muitas vezes se utilizam efeitos especiais, mas falarei deste nesta postagem). Claro que você perde um pouco da magia quando ver que a animação daquela cena é completamente diferente do que você imaginou, mas ainda assim é inquestionável o quanto isso agrega a série.

Maravilhas da primeira arte.

Quem viu uma quantidade considerável de séries animadas sabe que uma trilha sonora boa é fundamental, já houve casos em que eu vi um anime só por causa da trilha sonora e não me arrependo. Todos que costumam ver anime guarda aquela ou aquelas trilhas que lhe marcaram. Cowboy Bebop, Tengen Toppa Gurren Lagann, Beck, Nodame Cantabile, Violinist of Hamelin entre outras obras nunca seriam tão memoráveis se não fosse sua trilha sonora. Ainda que a trilha não seja determinante para algumas dessas séries, muito do encanto destas obras está nela. Quem não lembra daquela abertura de anime que tanto marcou ou daquele encerramento que lhe emocionou. Até mesmo se tratando das séries que tiveram suas versões nacionais, muitas músicas adaptadas para nosso idioma são memoráveis. E não apenas a trilha, as aberturas e os encerramentos devem ser lembrados, mas cada pequeno efeito de som torna toda experiência de ver anime algo muito melhor.

Quem já viu filmes antigos que não tinham trilha sabem muito bem o quanto o cinema ganhou quando esse elemento foi introduzido e com a animação é exatamente igual.  A música não é considerada a primeira arte por acaso, mas porque ela desperta sensações que ninguém jamais vai sentir se não ouvi-la ou senti-la. Se até existem ou existiram pessoas sem o sentido da audição que foram ou são grandes músicos, não tem como não respeitar o poder que uma boa trilha tem.

Dublar é atuar!

Por fim, não tem como esquecer um dos elementos que mais diferenciam os animes dos mangás, a dublagem. Importante destacar que dublar é o mesmo que atuar, não é apenas por sua voz no personagem, e por isso mesmo que é tão chato quando vemos que um personagem é mal dublado, porque uma boa dublagem sempre marca. Para quem é fã de animação, os dubladores são como os grandes astros de Hollywood e são assim tratados porque são eles que dão a voz e que apresentam a personalidade aquele personagem que tanto adoramos. As vezes o jeito do ator torna o personagem muito mais interessante do que em sua obra original. Como esquecer da clássica dublagem de Yuu Yuu Hakusho da Manchete que supera sim os diálogos da obra original, como não ficar marcado pela voz do Ginpachi de Gintama, ou pela voz ensurdecedora da Excel em Excel Saga e como não se emocionar com as últimas palavras ditas por Maes Hughes em Full Metal Alchemist. Não meus caros amigos, não podemos esquecer nunca da importância de uma boa dublagem e de como ela agrega a um anime.

Enfim, reitero que não estou aqui para dizer que anime é melhor que mangá, apenas quero mostrar que existem muito mais motivos para você acompanhar um anime que somente a arte e a história. Do mesmo jeito que existem aspectos em que os quadrinhos sempre serão superiores, existem aqueles aspectos que somente uma boa animação apresenta e que marcam a todos, assim sendo me respondam duas coisas, porque motivos vocês assistem animes? E porque motivos deixam de assistir? Caso a sua resposta para a segunda pergunta ainda tiver haver com o mangá, Infelizmente acredito que nada do texto acima tenha feito sentido para você.

Então com isso termino mais uma edição da coluna mais questionável da blogosfera animística. Continuarei na busca pela pegunta correta para a resposta fundamental, mas semana que vem estou de volta, então até mais!